Diferenciação vicariante recente de Oligosarcus argenteus Günther, 1864 e Oligosarcus solitarius Menezes, 1987 nas bacias dos rios Doce e São Francisco, Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Barros, Lucas Caetano de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biologia e Manejo animal
Mestrado em Biologia Animal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2260
Resumo: A bacia do rio Doce é uma drenagem costeira e está isolada da bacia do São Francisco pela Serra do Espinhaço. Das 77 espécies nativas conhecidas para a bacia, 37 são consideradas ameaçadas de extinção, sendo Oligosarcus solitarius Menezes 1978 a única espécie endêmica neste sistema de lagoas quaternárias. Sua espécie-irmã, O. argenteus Günther, 1864, ocorre na mesma bacia, mas é restrita à calha e às cabeceiras de tributários. O presente trabalho visa a determinação do status específico das populações de Oligosarcus, a partir da análise de 21 populações da bacia do rio Doce e uma população de Oligosarcus da cabeceira do rio Das Velhas, na bacia do rio São Francisco. A abordagem incluiu o uso de técnicas morfológicas, citogenéticas e moleculares. A análise de componente principal (PCA) indicou a existência de três grupos de populações: a restrita à cabeceira do rio Das Velhas, a que ocorre na calha e cabeceiras do rio Doce e as populações das lagoas quaternárias. Os dados citogenéticos (coloração convencional, Ag-NOR, bandamento C, fluorocromos e FISH e marcador de microssatélite) corroboraram parcialmente a hipótese da existência de dois grandes grupos que correspondem geograficamente aos locais de ocorrência de O. solitarius e O. argenteus na bacia do rio Doce, mas indicaram também altos níveis de diferenciação cromossômica dentro de cada grupo. Os padrões de variação cromossômica assemelharam-se aos indicados para outras espécies do mesmo gênero. Os dados moleculares confirmaram que a especiação das duas espécies foi recente. Considerados em conjunto, os dados confirmam a ocorrência de populações diferenciadas e estreitamente aparentadas no sistema de lagoas quaternárias e a existência de mais duas espécies na cabeceira do rio Das Velhas e do rio Doce e sugerem a necessidade de reavaliação do material tipo coletado por Günther em 1861. Considerando que o alto grau de variação cromossômica de O. solitarius ocorreu nos últimos 14.000 - 3.365 anos, conclui-se que estas espécies-irmãs apresentam a mais alta taxa de evolução cromossômica dos peixes neotropicais.