Composição de minerais em caldo de cana-de-açúcar e em vinho artesanal de mesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Neves, Érick Ornellas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9068
Resumo: Os minerais chegam aos alimentos por meio do ar, solo, água, chuva ácida e práticas agrícolas (como no uso de fertilizantes, herbicidas e pesticidas, drogas veterinárias). Em alimentos processados podem ter origem na composição da matéria-prima como pela também contaminação dos alimentos e bebidas por alguma característica intrínseca ao processamento, como ligas de metais em equipamentos, corrosão de latas, aditivos. A concentração, qualidade e disponibilidade destes minerais são variáveis, dependendo da natureza do produto e das alterações provenientes do ambiente ou processamento. Os minerais podem ainda afetar as características sensoriais das bebidas, assim como ajudar a identificar, juntamente com análises estatísticas, a origem territorial de alguns produtos. Diversos tipos de alimentos da cesta básica do consumidor, bem como alguns tipos de bebidas, principalmente no segmento de produtos lácteos, têm sido adequadamente avaliados com relação às suas composições em minerais, sendo inclusive consideradas como base para fortificação destes. Entretanto outros tipos de bebidas, talvez por estarem menos presentes na dieta básica do brasileiro, não têm tido a devida atenção. É o caso do caldo de cana-de-açúcar e vinhos. Procurou-se neste trabalho determinar a concentração de alguns elementos químicos em amostras de vinho tinto artesanal produzido no Sul do Brasil e de caldo de cana-de- XI açúcar. Foi empregada a técnica analítica de espectrometria de indução de plasma (ICP). Os vinhos avaliados neste trabalho, produzidos nas safras de 1999, 2000 e 2001 a partir da variedade de uva Isabel, representaram cinco municípios da Serra Gaúcha, tradicional região vinícola do Brasil. O vinho se mostrou como uma fraca fonte de minerais, contribuindo com menos de 10% das IDR de um adulto para todos os metais. Quanto a toxidade o único mineral que apresentou concentração preocupante foi o cádmio, com valores bem próximos do limite legal para a bebida (0,1 mg/kg). Porém a OMS (1998) ressalta que são discutíveis valores definitivos para serem considerados tóxicos para este metal. Quanto aos fatores de variação, para os teores de Ca, Cu, Fe e Mn houve uma interação significativa entre as safras e os produtores, resultando numa análise individualizada de cada fonte de variação. Já para as concentrações de Mg, Pb e Cd as variações determinadas por produtor e/ou safra se mostraram não significativas. Para os demais elementos (Ni, Zn, Cr e Al) as médias foram diferentes em função do produtor e/ou da safra. O caldo de cana-de-açúcar foi proveniente de cinco variedades de cana (RB-855536, SP- 801816, RB-867515, RB-72454, RB-835486) cultivadas no campo experimental da UFV. Para a maioria dos elementos houve diferença significativa para os teores de minerais analisados, excetuando apenas Pb, Cd e Al. A maioria dos elementos avaliados (Al, Ca, Cr, Cu, Fe, Mg, Mn, Zn e Ni) encontram-se em maiores concentrações no caldo de cana, exceto Cd e Pb que não diferiram significativamente entre vinho e caldo de cana. Apesar dos teores de Cr serem os mais interessantes da parte nutricional, eles estão elevados perante a legislação brasileira. O Mn e o Fe também se destacaram no caldo de cana, sendo o Fe de maior interesse no combate à anemia. Entretanto os elevados teores de açúcar do caldo podem ser prejudiciais ao consumidor, reduzindo o apelo de possíveis benefícios no seu consumo.