Permeabilidade intestinal e parâmetros nutricionais e bioquímicos na obesidade
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2756 |
Resumo: | A importância da saúde intestinal para o controle de peso e prevenção da obesidade tem recebido maior atenção recentemente. O intestino abriga uma complexa estrutura celular, imunológica e neuroendócrina capaz de modular mecanismos relacionados à obesidade. O objetivo do presente estudo foi avaliar a permeabilidade intestinal de voluntárias eutróficas e obesas e discutir os possíveis mecanismos que expliquem alteração da permeabilidade intestinal na obesidade e sua ligação com comorbidades relacionadas a este estado nutricional. Vinte mulheres eutróficas (IMC 19-24.99 kg/m2) e vinte mulheres obesas (IMC >30 kg/m2) de idade semelhante (média de idade das mulheres magras e obesas 28.5±7.6 vs 30.7 ± 6.5, p=0.33) participaram do estudo. Composição corporal, análises bioquímicas, ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) fecal e o teste de permeabilidade intestinal com o uso de lactulose e manitol foram realizados. A pressão arterial e a glicose sanguínea, embora entre os limites de normalidade, foram maiores no grupo das obesas (p<0.05). Baixa concentração de HDL e altos valores de insulina e índice HOMA foram observados nas obesas (p<0.05). A excreção de lactulose mostrou-se aumentada nas obesas (p<0.05), enquanto a de manitol mostrou tendência aumentada (p=0.06). A razão L/M pode não ser o marcador ideal para a permeabilidade intestinal alterada porque indivíduos obesos podem estar absorvendo proporcionalmente maiores quantidades de ambos os açúcares usados no teste. A concentração de insulina e o índice HOMA apresentaram correlação positiva com a excreção urinária de manitol e lactulose e com a razão L/M (p<0.05). As circunferências da cintura e abdominal também correlacionaram positivamente com a excreção de lactulose (p<0.05). A concentração de HDL foi negativamente relacionada à razão L/M (p<0.05). A mediana da concentração dos ácidos butírico, propiônico, acético nas fezes do grupo de obesas foi respectivamente 94.3%, 144.5% e 106.8% maior do que no grupo das eutróficas e a proporção individual dos ácidos graxos de cadeia curta alterou em favor do propionato no grupo de obesas. Foi encontrada correlação significativa (p<0.05) entre AGCC e fatores de risco de síndrome metabólica como baixa concentração de HDL, circunferência da cintura aumentada e índice HOMA. Disbiose e deficiências nutricionais podem ser apontadas como possíveis mecanismos principais relacionados à alteração da permeabilidade intestinal, e mudanças na concentração e proporção individual de AGCC são relacionados com mudanças na composição da microbiota intestinal. Estudos sugerem que a endotoxemia, a partir da permeação intestinal alterada de LPS, pode explicar algumas conseqüências da obesidade como esteatose hepática de origem não alcoólica, resistência insulina, baixos níveis de HDL e hiperleptinemia. Em resumo os nossos resultados estão de acordo com relatos anteriores que sugerem que produção aumentada de AGCC e permeabilidade intestinal alterada podem desempenhar um papel importante na obesidade. A proteção da barreira intestinal como abordagem preventiva ou terapêutica é uma área de pesquisa clínica e experimental raramente explorada, mas que guarda um campo promissor para o futuro desenvolvimento de intervenções inovadoras na obesidade. |