Filogenia molecular, taxonomia, biogeografia e conservação de Discocactus Pfeiff. (Cactaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Santos, Marianna Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7588
Resumo: O número de espécies de Discocactus Pfeiff. pode variar de sete a 52 táxons, dependendo da classificação. Esta divergência entre os sistemas de classificação reflete a dificuldade na delimitação de suas espécies e subespécies e, consequentemente, na elaboração de políticas de conservação que possam proteger estes táxons. Este trabalho teve como objetivo realizar estudos filogenético, taxonômico e biogeográfico de Discocactus, com intuito de aumentar o conhecimento científico acerca deste gênero e, consequentemente, subsidiar outros estudos sobre sua biologia e ecologia. Além disto, a delimitação filogenética, taxonômica e geográfica de suas espécies poderá auxiliar no estabelecimento de estratégias de conservação das espécies em seu habitat natural e inclusão de táxons não contemplados nas listas brasileiras de espécies ameaçadas de extinção. Para a realização do estudo filogenético foram utilizadas 69 amostras, sendo 62 de Discocactus, seis de Arrojadoa Britton & Rose e uma de Melocactus (L.) Link & Otto e destas foram obtidas sequências de cinco regiões de DNA plastidial e duas nucleares. Os dados foram analisados através dos métodos de Máxima Parcimônia e Bayesiana. O tratamento taxonômico, chaves de identificação, avaliação do risco de extinção e distribuição geográfica foram baseados em um trabalho de campo extensivo, conduzido em toda a área de distribuição do gênero, um estudo minucioso da literatura disponível e análise de espécimes depositados em herbários do Brasil e exterior. O status de conservação foi revisado através de critérios de avaliação da IUCN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources). O estudo biogeográfico foi conduzido através das análises de riqueza e diversidade de espécies pelo método de quadrículas. Padrões de distribuição foram definidos e o método de UPGMA foi utilizado para verificar a existência de blocos florísticos. Além disto, foi realizado um levantamento de espécies do gênero em Unidades de Conservação (UCs) para avaliar se as espécies consideradas ameaçadas estão devidamente protegidas. Apesar do número de regiões do DNA utilizadas, a resolução das árvores em geral foi baixa, no entanto, pequenos grupos foram bem suportados. Esses grupos se correlacionam com padrões biogeográficos e morfológicos, o que ajudou nas decisões taxonômicas em comparação com sistemas de classificação anteriores. O status de Discocactus petr-halfarii Zachar é revisto como subespécie de D. zehntneri Britton & Rose, e alguns sinônimos foram reposicionados. As regiões do DNA trnS-trnG, rpl16, ITS e phyC exibiram os maiores níveis de variação e são indicados como boa opção para futuros estudos filogenéticos envolvendo outros gêneros de Cactaceae. Os estudos taxonômico, filogenético e de distribuição geográfica sugere que Discocactus abriga 11 espécies e três subespécies. Em relação ao estudo biogeográfico, foi constatado que a maioria das espécies do gênero é conhecida em menos de dez localidades e dois táxons são micro-endêmicos. Quase todas as espécies foram consideradas criticamente ameaçadas, vulneráveis ou ameaçadas, principalmente pela destruição do habitat e coleta ilegal. Contudo, a maioria destas espécies não está protegida em UC. A maior riqueza e diversidade de Discocactus estão concentradas em duas regiões: no norte da Bahia (próximo à Chapada Diamantina e Morro do Chapéu), incluindo D. bahiensis Britton & Rose e táxons de D. zehntneri e na região central da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais (Planalto de Diamantina e Grão Mogol), onde D. placentiformis (Lehm.) K. Schum., D. horstii Buining & Brederoo e D. pseudoinsignis N.P. Taylor & Zappi são encontrados.