Alternativas para avaliação genética na raça gir leiteiro
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética animal; Genética molecular e de microrganismos; Genética quantitativa; Genética vegetal; Me Doutorado em Genética e Melhoramento UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1309 |
Resumo: | Os arquivos de pedigree e de produção de leite da raça Gir provenientes do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL), conduzido pela Embrapa Gado de Leite em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), foram utilizados na pesquisa de alternativas para avaliação genética da produção de leite na raça e fornecimento de subsídios para o desenvolvimento do PNMGL. Foram realizados estudos comparativos das avaliações genéticas para a produção de leite acumulada em 305 dias de lactação (PL305), por meio de modelos de regressão aleatória e de repetibilidade - este último considerado o método tradicional - e estudos com a produção de leite no dia do controle (PLDC), por meio de modelos autorregressivo e de repetibilidade, que também foram comparados com o método tradicional. Também, estudaram-se a possibilidade de incorporação de lactações com causas de secagem não convencionais (morte ou separação do bezerro, doença, morte ou venda da vaca e retirada da vaca do controle leiteiro) e o relacionamento genético dos touros provados com a população, visando fornecer subsídios para a escolha de touros jovens para o teste de progênie. Na edição do arquivo de dados, somente as trêsprimeiras lactações foram mantidas, eliminando-se também lactações cuja idade da vaca ao parto estivesse fora do intervalo de 24 e 66, 36 e 84, 48 e 102 meses para primeira, segunda e terceira ordens de parto, respectivamente. Os controles cujas produções estiveram abaixo ou acima de 3,5 desvios-padrão da média no dia do controle foram eliminados. Lactações com três ou menos controles também foram excluídas. Da mesma forma, observou-se o número mínimo de três lactações para cada classe de efeito fixo. Os efeitos fixos incluídos nos modelos variaram conforme as análises, podendo conter rebanho-ano do parto, mês do parto ou mês e ano do controle, ordem de parto ou classe de dia do controle aninhado em ordem de parto, número de ordenhas diárias e condições de manejo. No caso das análises com PLDC, os controles foram agrupados em 31 classes de dias em lactação (por ordem de parto), com a primeira classe compreendendo as produções aferidas entre o 6º e o 10º dia, a segunda do 11º ao 20º dia e, assim, sucessivamente com intervalos de 10 dias, em que a última classe continha somente as produções aferidas entre o 301º e o 305º dia de lactação. Em média, cada vaca apresentou oito controles por lactação, independentemente da ordem de parto. À exceção do arquivo com as causas de secagem não convencionais, que utilizou 140.369 controles de 17.733 lactações de 10.900 vacas, os demais arquivos de análises utilizaram a PL305 de 15.065 lactações ou respectivos 125.191 controles, provenientes de 9.242 vacas. Os partos de vacas da raça Gir submetidas a duas ou três ordenhas diárias ocorreram entre 1983 e 2009, em três diferentes níveis de manejo: o extensivo (produção a pasto), o semiextensivo (produção a pasto com suplementação concentrada) e o intensivo (animais confinados e, ou, com uso de substâncias galactogênicas). Um algoritmo recursivo foi utilizado para reduzir o arquivo de pedigree de 50.371 para 17.483 animais considerados informativos, partindo-se do arquivo de produção de 10.900 vacas e buscando todos os seus ascendentes que estivessem ligados a pelo menos dois animais na base de dados. As avaliações genéticas foram feitas usando-se os programas dos sistemas MTDFREML (modelos de repetibilidade), REMLF90 (modelo de regressão aleatória) e rotinas do MATLAB (modelo autorregressivo). Utilizando as PL305 das três primeiras lactações, o modelo de regressão aleatória pode ser utilizado como alternativa para incrementar a precisão das avaliações genéticas, proporcionando maiores estimativas de herdabilidade (de 0,26 a 0,28), méritos genéticos preditos semelhantes (correlações acima de 0,97) e alta coincidência entre os animais selecionados (acima de 92%), em comparação com o modelo tradicional de repetibilidade. Utilizando a produção de leite no dia docontrole das três primeiras lactações, o modelo autorregressivo proporcionou menores variâncias residuais, maior variância genética aditiva e maiores estimativas de herdabilidades (de 0,26 a 0,32), além de méritos genéticos preditos com maior acurácia, sendo alternativa recomendada para a avaliação genética do Gir Leiteiro, em comparação com os modelos de repetibilidade, que utilizaram tanto a PLDC quanto a PL305, cujas estimativas de herdabilidade foram 0,18 e 0,24, respectivamente. Nesse sentido, o emprego do modelo autorregressivo, por analisar os registros de produção de leite no dia do controle, permite melhor aproveitamento dos dados e a inclusão de lactações tradicionalmente não utilizadas nas avaliações genéticas, o que pode incrementar a acurácia dos méritos genéticos preditos (em geral, média de 5%) sem, contudo, gerar grandes alterações na classificação dos animais avaliados (no arquivo completo, correlações amostrais e de ordem acima de 95%). Por fim, a estimativa do coeficiente de endogamia médio para a população ativa do Gir Leiteiro foi de 1,04%, indicando a tendência de os animais mais endogâmicos não permanecerem nos rebanhos. A utilização do coeficiente de relação médio dos touros com a população pode prevenir o incremento da endogamia na raça Gir, por auxiliar na escolha de reprodutores candidatos ao teste de progênie, oriundos de linhagens menos representadas no PNMGL. |