Despesas com serviços de habitação no Brasil: o papel dos fatores sociodemográficos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lins, João Augusto Barcellos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Economia Aplicada
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/31748
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.210
Resumo: O fornecimento de serviços de habitação básicos como água, esgoto, energia elétrica e gás é um dos principais problemas enfrentados pelos gestores públicos, assim como pilar fundamental para o desenvolvimento econômico. Entender como as mudanças nas características sociodemográficas influenciaram o consumo de tais serviços é um avanço para entender o comportamento da sociedade e promover políticas públicas mais eficientes para a população, como a conta-social, auxílio-gás, tarifa social e outros. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar o dispêndio das famílias brasileiras por serviços de habitação (água e esgoto, energia elétrica, gás encanado, internet e telefonia) no Brasil, assim como comparar os níveis de consumo e sensibilidade, por nível de rendimento familiar, entre regiões geográficas brasileiras, e localização em área urbana ou rural, utilizando os microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017-2018. Utilizou-se neste estudo um procedimento de estimação em dois estágios, de modo que o 1º Estágio buscou solucionar o problema do consumo zero utilizando o procedimento de Shonkwiller & Yen, em seguida no 2º Estágio, estimou-se um sistema de equação para os gastos per capita com serviços de habitação a partir de regressões aparentemente não relacionadas. Os resultados deste estudo indicaram que as variáveis foram significativas para explicar os gastos per capita com serviços, e principalmente as de caráter geográfico. Pode-se constatar que do conjunto de variáveis de localização domiciliar, composição domiciliar e arranjo familiar, destacaram-se o efeito das variáveis referentes a localização geográfica, e o logarítmo da renda. No entanto, as variáveis de composição domiciliar e arranjo familiar apesar de possuírem menores efeitos, também se demonstraram importantes na análise, como a presença de crianças e idosos no domicílio, idade do responsável, etnia, e o número de eletrodomésticos e estrutura familiar (domicílios unipessoais e monoparentais). As conclusões do estudo indicaram que regiões urbanas possuem um maior gasto com serviços de habitação, assim como o Norte se mostrou como uma das regiões com maior gasto per capita de energia elétrica. A renda se mostrou negativa para os gastos com Energia Elétrica, no entanto, seu efeito quadrático se mostrou positivo, enquanto para Internet, a renda se mostrou positiva mas com um efeito quadrático negativo. Pode-se observar também que a medida que a faixa de renda aumenta, o efeito negativo da renda sobre os serviços mais essenciais tende a diminuir. Todos os arranjos familiares, em comparação com as famílias tradicionais (casal com filho(s)) apresentaram maiores gastos per capita para todos os tipos de serviço, com exceção do serviços de gás encanado, onde os arranjos tiveram menor gasto per capita. Constatou-se que famílias compostas por pais solteiros tendem a gastar mais com energia elétrica, enquanto famílias com mães solteirasse tiveram um maior gasto per capita com serviços de internet e pacotes de entretenimento. Por fim, pode-se observar que os gastos com serviços essenciais são influenciados por economias de escala, de modo que para famílias maiores, os gastos são menores. Palavras-chave: Energia Elétrica. Água e Esgoto. Dispêndio domiciliar. POF