Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Ferrari, Flávia Ramos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21895
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Resumo: |
O continente antártico apresenta condições climáticas distintas que restringem sua vegetação às áreas livres de gelo distribuídas ao longo das regiões costeiras. A flora criptogâmica dominante estabelece-se em planícies, terraços, encostas, sobre rochas e solos em diferentes estádios de desenvolvimento. O clima e a atividade biológica são fatores determinantes no avanço dos processos pedogenéticos. As características dos solos permitem a compreensão dos fatores que favorecem a colonização de determinada cobertura vegetal na Antártica Marítima, bem como seu desenvolvimento, dinâmica e sucessão em áreas extremamente sensíveis às mudanças ambientais. O objetivo do presente estudo foi avaliar a composição florística das comunidades vegetais ao longo de uma topossequência nas áreas livres de gelo adjacentes a Estação Polonesa Henryk Arctowski, Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica Marítima, relacionar a distribuição da vegetação com a variação altimétrica e características do meio físico, quantificar os teores de matéria orgânica do solo ao longo da topossequência e comparar áreas ornitogênicas com áreas sem influência ornitogênica, em relação à cobertura e riqueza de espécies vegetais. Para isso foram mapeadas 10 áreas com vegetação e uma área de solo exposto, distribuídas ao longo de uma topossequência (0- 300m) nas áreas livres de gelo adjacentes a Estação Polonesa Henryk Arctowski, Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica Marítima, durante a XXXV OPERANTAR, nos meses de fevereiro e março de 2017. As comunidades vegetais de cada área foram amostradas utilizando-se 12 parcelas através do método fitossociológico de Braun-Blanquet (1932). Em cada parcela foram coletadas amostras de solo nas profundidades de 0-20 cm e enviadas para análises químicas e físicas. Ao todo foram amostrados 132 quadrados e 16 espécies divididas em 12 famílias. As espécies fanerogâmicas formam comunidades com altos índices de significância ecológica. Localizadas no início da topossequência sobre terraços marinhos atuais e soerguidos, possuem teores elevados de fósforo e matéria orgânica devido à influência ornitogênica. Nessas áreas, o solo possui os níveis mais baixos de sódio e pH. Áreas hidromórficas abrigam extensas comunidades carpete de musgos a partir de 80m, com baixa diversidade de espécies associadas a baixas taxas de acumulação de matéria orgânica em solos profundos. A área sem cobertura vegetal demonstra baixo conteúdo de matéria orgânica, alto pH e saturação por sódio, localizada a cerca de 240m. Áreas em altitudes mais elevadas são compostas por comunidades de liquens fruticosos, caracterizados pela presença de Usnea spp., sobre cristas rochosas, solos rasos, pedregosos, sem influência ornitogênica, com maiores teores de sódio e cálcio e menores teores de fósforo e matéria orgânica. Dessa forma, a acumulação da matéria orgânica ocorre no início da topossequência sob comunidades fanerogâmicas, e tende a decrescer com a mudança na composição vegetal e diminuição das taxas de decomposição, conforme o aumento da altitude. O presente estudo conclui que a vegetação ao longo da topossequência estudada variou com atributos do solo, ornitogênese, umidade do solo e altitude relativa, modelando-as ao longo do gradiente ambiental em diferentes pedoambientes, com maior diversificação de vegetação em solos mais estáveis e antigos, sobre deposição de material proveniente do guano nas áreas mais baixas da topossequência. |