Indicadores de avaliação em floresta em restauração e em ecossistema de referência, Reserva Natural Vale, Linhares, ES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Correia, Geanna Gonçalves de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6585
Resumo: Buscando reverter o cenário atual de fragmentação e degradação das florestas tropicais, encontra-se a restauração florestal. Por meio desta busca-se iniciar o processo de sucessão ecológica em áreas alteradas e degradadas, podendo, esta técnica, contribuir na formação de um ecossistema com condições de autossuficiência após anos de implantação, monitoramento e manutenção. A etapa de monitoramento por meio da aplicação de indicadores de restauração é fundamental, uma vez que, somente a partir deste estudo pode-se avaliar se a área encontra- se ou não sendo restaurada com sucesso. Este estudo teve como objetivos gerais: (I) avaliar a composição e a estrutura do banco de sementes do solo de uma floresta em restauração (FR) há 23 anos com o de uma Floresta Ombrófila Densa primária (FP) adjacente, considerada como Ecossistema de Referência; (II) comparar a composição florística e estrutura do estrato de regeneração natural destas duas florestas, bem como relacioná-las com a serapilheira acumulada, o índice de área de planta (IAP) e a compactação do solo de ambas as áreas; e (III) quantificar e comparar a serapilheira acumulada nas duas áreas e relacionar este estoque com o IAP e a compactação do solo de ambas as áreas. A pesquisa foi desenvolvida na Reserva Natural Vale, no município de Linhares, norte do estado do Espírito Santo, compreendida por uma matriz vegetacional de Floresta de Tabuleiro. A amostragem foi conduzida por meio trinta parcelas permanentes de 3 x 3 m alocadas de forma sistemática em cada área, totalizando sessenta parcelas (540 m2), distanciadas em 5 m uma das outras. Em cada parcela foram coletados os dados de regeneração natural e no centro destas coletou-se o banco de sementes do solo, através de amostra de 30 x 30 x 5 cm, a serapilheira acumulada, por meio de amostra de 50 x 50 cm, fotografia hemisférica e mediu-se a compactação do solo. Como resultados constatou-se diferenças significadas na densidade média de sementes germinadas por m2 de espécies arbustivo-arbóreas, lianas e herbáceas, no banco de sementes do solo, entre as duas áreas estudadas. Na regeneração natural, apenas vinte espécies foram comum ás duas áreas e apenas dez espécies (17,24% das espécies plantadas) utilizadas no plantio foram amostradas na regeneração da FR. Apesar da proximidade das duas áreas os estratos regenerativos não são similares, comprovado pela similaridade extremamente baixa entre elas. Os valores médios encontrados de serapilheira acumulada, IAP e compactação do solo também apresentaram diferenças significativas entre as duas áreas. A serapilheira acumulada apresentou correlação significativa positiva com o IAP e negativa com a compactação do solo. Também houve correlação significativa negativa entre IAP e compactação do solo. Por fim, pode-se concluir que apesar das duas áreas diferirem entre si em diferentes aspectos ecológicos, a presença das espécies de Cecropia e Trema na FR caracteriza-se de forma positiva, visto que estas espécies são responsáveis pela regeneração florestal pós-distúrbios e não foram utilizadas durante o plantio da área, ou seja, a floresta em restauração está se comportando, neste aspecto, como um ecossistema que já apresenta resiliência à distúrbios como a abertura de clareiras. Bem como os parâmetros florísticos e estruturais obtidos na regeneração natural permitem inferir que a floresta em restauração tende a passar por um processo de enriquecimento natural, mas que pode ser acelerado através da aplicação de técnicas como a semeadura direta. Nesta mesma linha, observa-se que a FR já se enquadra dentro da faixa de valores obtidos para estoque de serapilheira definidos para florestas tropicais da América do Sul. Portanto, pode-se considerar que a FR, em termos de estoque de serapilheira, já recuperou pelo menos parte dos seus processos e funções ecológicas.