Efeito spillover do crescimento dos principais pólos comerciais do mundo sobre as economias sul-americanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Gercione Dionizio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7833
Resumo: A intensificação das relações comerciais e políticas entre as mais diversas nações, via tratados e organizações internacionais, tem acelerado o processo de integração das economias mundiais. Em um espaço econômico integrado, o crescimento ou decrescimento econômico de um país pode influenciar o desempenho e o bem-estar social de outro. Esta influência é retratada na literatura como spillover de crescimento, isto é, como transbordamento do crescimento de uma economia para outra. Embora possa ocorrer entre quaisquer países, os estudos acerca deste tema têm dado maior atenção para o spillover entre economias centrais e com maior desenvolvimento industrial. Todavia, tendo em vista que as trocas internacionais são um dos principais canais de propagação deste spillover, faz-se relevante analisar o efeito que o crescimento dos principais pólos comerciais do mundo (Estados Unidos, China e União Europeia) exerce nas economias não centrais (periféricas e semiperiféricas), visto estas são fontes importantes de matérias-primas e relevantes mercados consumidores. Destacam-se, entre estas economias, os países da América do Sul, especialmente pelas suas relações comerciais com os três principais pólos comerciais do mundo. Em termos de produto interno bruto e do fluxo comercial, destacam-se como representantes deste subcontinente a Argentina, o Brasil, o Chile e a Colômbia. Embora seja usual tratar o efeito de spillover do crescimento como positivo, salienta-se a possibilidade desse ter um impacto negativo sobre o crescimento das economias sul-americanas, visto que tais economias têm como característica comercial a importação de produtos manufaturados (com alto valor agregado) e a exportação de produtos básicos (com baixo valor agregado). Dito isto, objetivou-se, neste trabalho, analisar o efeito do spillover do crescimento da China, dos Estados Unidos e da União Europeia nas economias sul- americanas selecionadas (Argentina, Brasil, Chile e Colômbia), no período de 1981 a 2014. Para esta análise, foi utilizado um modelo econométrico dinâmico estimado pelo Método dos Momentos Generalizados-diferenciados (GMM-dif). Este modelo foi desenvolvido com base no modelo teórico de Thirlwall-Hussain, que analisa o crescimento econômico de um país, pautando-se nas demandas internacionais. Com base nas análises desenvolvidas, observou-se que os anos de 2001 e 2008 foram anos chave para a compreensão do efeito de spillover do crescimento dos principais pólos comerciais do mundo nas economias sul-americanas, devido às mudanças ocorridas no cenário internacional no período. Destas destaca-se as crises internacionais e os acordos multilaterais de comércio, além das mudanças nas relações comerciais entre estes países. Considerando estes períodos, verificou-se, pelas estimativas, que, embora o efeito de spillover do crescimento da China, dos Estados Unidos e da União Europeia no crescimento da América do Sul seja em média positivo, este efeito apresentou mudanças significativas durante o período analisado. Entre estas mudanças, ressaltam- se o comportamento invariável do efeito de spillover da China, o impacto negativo do crescimento da União Europeia entre 1993 e 2000 e o redução do spillover norte- americano a partir de 2008 na taxa de crescimento da América do Sul. De modo geral, nota-se uma relação entre padrão de comércio existente entre os países analisados com o efeito de spillover do crescimento dos principais pólos comerciais do mundo. Por fim, com base nos resultados alcançados neste trabalho, salienta-se a necessidade de políticas de longo prazo que visem ampliar o efeito de spillover do crescimento dos principais pólos comerciais do mundo na taxa de crescimento da América do Sul, como, por exemplo, políticas comerciais que estimulem a ampliação da pauta de exportação e também políticas setoriais que aumentem a competitividade dos produtos internos, que são substitutos aos importados da China, dos Estados Unidos e da União Europeia.