Gradientes edáficos e sua relação com as fitofisionomias do semi-árido meridional brasileiro
Ano de defesa: | 2012 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2568 |
Resumo: | O semi-árido no Brasil representa uma importante extensão territorial, onde o clima é marcadamente sazonal, com baixas precipitações, elevadas taxas de evapotranspiração e maiores temperaturas. Sua porção sul compreende o limite norte entre os Estados de Minas Gerais e Bahia. Essa região é dominada pela fitofisionomia de floresta decidual, no entanto, diversas fisionomias de cerrado também estão presentes. As diferentes porções da paisagem e sua variação edáfica são responsáveis pelo estabelecimento de diferentes fisionomias. No entanto, estudos que abordam tais relações e que buscam a compreensão dos gradientes pedovegetacionais são escassos nas paisagens do semi-árido brasileiro. Dessa forma, objetivou-se caracterizar os solos e as comunidades vegetais de diferentes segmentos da paisagem (topo, encosta e baixada) e testar as seguintes hipóteses: (1) solos de um mesmo segmento da paisagem, submetidos a mesma condição climática e fitofisionômica, se assemelham mesmo em localidades distintas; (2) as comunidades vegetais sobre um mesmo segmento se assemelham floristicamente e (3) as espécies mais abundantes apresentam preferência a determinados segmentos da paisagem. Para isso, foram amostrados os solos e as comunidades vegetais em 14 ambientes sobre diferentes segmentos em Januária (MG), Porteirinha (MG), Guanambi (BA) e Ibiassucê (BA). As variáveis dos solos analisados foram submetidas à análise de componentes principais, com o objetivo de verificar a existência de gradiente (Capítulo 1). As espécies amostradas nos diferentes segmentos foram submetidas à análise de similaridade; e as mais abundantes foram correlacionadas com as variáveis de solos por meio de análise de correspondência canônica para observar suas tendências ao longo do gradiente (Capítulo 2). Um gradiente de fertilidade dos solos pôde ser observado, no qual os mesmos segmentos se agrupam em função de suas características edáficas, confirmando a hipótese da similaridade edáfica. Em um extremo do gradiente, os topos apresentaram-se mais distróficos, com elevados teores de alumínio e baixa saturação por bases. Nessa porção, concentraram-se as fisionomias de cerrado. O outro extremo do gradiente apresentou-se eutrófico, com os maiores valores de saturação por bases. Nessa porção, concentraram-se as fisionomias de floresta decídua associadas às diferentes encostas. O centro do gradiente apresentou valores medianos das variáveis edáficas, sendo considerado a porção mesotrófica. Nessa porção, concentraram-se os segmentos de baixada associados à floresta decídua. As encostas do interior do Espinhaço se diferenciaram pedologicamente das demais paisagens da bacia do médio São Francisco, devido às influências orográficas e quartzíticas. A análise de similaridade florística não agrupou as comunidades de segmentos semelhantes e sim as de maior proximidade geográfica, rejeitando a hipótese da similaridade florística. As comunidades da baixada e encosta leste de Ibiassucê, formação arbustiva-arbórea previamente caracterizadas como caatinga hipoxerófila, apresentaram semelhança florística com as demais florestas decíduas da bacia do médio São Francisco, e por isso consideradas um estado de sucessão das florestas decíduas. No entanto, a floresta decídua da encosta oeste mostrou grande dissimilaridade das demais comunidades. As espécies de maior abundância de cada comunidade mostraram preferência de segmentos no gradiente após associadas às variáveis edáficas, confirmando a hipótese da preferência das espécies. Em geral, as comunidades das encostas mostraram-se mais densas, com menor área basal e maior dominância de uma espécie, com destaque para Myracrodruon urundeuva e Handroanthus ochraceus. Tais características das encostas foram associadas aos constantes distúrbios, predominantemente naturais, aos quais estes ambientes estão submetidos. |