Controle da antracnose do feijão com silício e molibdênio e mecanismos de resistência potencializados pelo silício
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Etiologia; Epidemiologia; Controle Doutorado em Fitopatologia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1055 |
Resumo: | Embora não seja reconhecido como nutriente essencial às plantas, o silício (Si) diminui a severidade de doenças em dicotiledôneas com menor capacidade de acumulação desse nutriente. Este trabalho objetivou avaliar o efeito do silício em alguns componentes de resistência da planta de feijoeiro à antracnose causada por C. lindemuthianum, bem como quantificar as respostas fisiológicas e bioquímicas potencializadas por esse elemento. Para isso, foram avaliados alguns componentes da resistência em plantas de feijoeiro (cv. Pérola) crescidas em solução nutritiva contendo (+Si) ou não (-Si) (ácido monossilício), bem como alguns fatores bioquímicos e fisiológicos associados com a resistência das plantas de feijoeiro ao fungo. Os resultados indicaram que o fornecimento do Si foi eficiente em atrasar o início da epidemia e reduzir a área abaixo da curva do progresso da antracnose (AACPA) e a severidade. Verificou-se incremento na atividade das enzimas fenilalanina amônia liases e lipoxigenases e na concentração de metabólitos, como a lignina, envolvidos na respostas de resistência do hospedeiro ao patógeno. No entanto, não foi constatado envolvimento do Si em alterações na concentração de compostos fenólicos solúveis totais e na atividade das enzimas ß-1,3-glucanases, peroxidases e polifenoloxidases. Ao analisar o envolvimento do Si na diminuição do estresse biótico causado pela antracnose na fotossíntese, observou-se incremento na taxa de assimilação líquida do carbono (Amáx) e na condutância estomática (gs) e decrescimento na relação concentração de CO2 intercelular/concentração de CO2 do ambiente (Ci/Ca), indicando menor inibição metabólica na fixação de CO2 nas plantas de feijoeiro que receberam Si. As concentrações de clorofila a e b e carotenoides aumentaram na presença do Si, sugerindo a maior eficiência fotorreceptora e fotoproteção do sistema fotossintético. A aplicação radicular de Si resultou na alteração de enzimas envolvidas na produção e catabolismo de espécies reativas de oxigênio, em que foi verificado o aumento das enzimas ascorbato peroxidase (APX), superóxido dismutase (SOD) e glutationa redutase (GR) e diminuição na produção de peróxido de hidrogênio (H2O2). O Si não teve efeito na atividade da catalase (CAT). Também, foi estudado o efeito da aplicação foliar de silicato de potássio (KSi) e molibdato de amônio (NaMo) sobre a antracnose, produção de grãos, desenvolvimento e duração da área foliar no feijoeiro. A aplicação foliar de KSi diminuiu a AACPA e aumentou a produção de grãos em 25%, em comparação com as plantas sem aplicação. Conjectura-se o efeito direto desse sal de silicato sobre o desenvolvimento do patógeno e indireto pelo impedimento na penetração devido à formação de uma barreira física formada pela deposição do silicato na folha. A aplicação de NaMo incrementou significativamente a área foliar, o que ocorreu em razão, provavelmente, do seu envolvimento no metabolismo do nitrogênio. O NaMo reduziu a intensidade da doença possivelmente pelo seu efeito tóxico como metal pesado sobre o fungo. Os efeitos aqui relatados do KSi e NaMo sugerem a sua incorporação em um sistema de manejo integrado com efeitos positivos na redução da epidemia, no incremento na produção de grão e no ambiente. |