Relação entre o florescimento da cana-de-açúcar e a disponibilidade hídrica para a região de Tabuleiros Costeiros - Alagoas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ramiro, Ícaro Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28626
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.012
Resumo: O florescimento da cana-de-açúcar é um fenômeno natural prejudicial, quando o objetivo da produção é a fabricação de biocombustíveis. Isso porque, nesse processo, a cana-de-açúcar desvia as reservas energéticas para a produção das panículas, reduzindo o acúmulo de sacarose, que é convertida em etanol pela indústria. Esse fenômeno é dependente da disponibilidade hídrica no período de indução floral, seja para a absorção de nutrientes ou pela relação água-fixação de carbono. Assim, o objetivo deste trabalho foi estimar a lâmina de água acumulada no solo, chuvas e evapotranspiração, ou seja, a disponibilidade hídrica que induz o florescimento, na região de Tabuleiros Costeiros em Alagoas (AL). Essas lâminas foram obtidas a partir do balanço hídrico sequencial diário e observações meteorológicas em Barra de São Miguel (AL). Depois de obtidas, essas lâminas foram analisadas pelo modelo de regressão logística, juntamente com o número de panículas observadas no mesmo município. Dos modelos gerados, apenas aqueles que tiveram chuva e evapotranspiração como regressores foram significativos (p<0.05). Os regressores desses modelos foram: chuva soma (C s ) e chuva média da soma (C sm ), do volume precipitado em 10 dias consecutivos; e evapotranspiração diária (EToHS) e média (EToHS m ), calculadas pelo método de Hargreaves-Samani. Esses modelos também foram os que apresentaram os menores valores de critério de informação de Akaike (AIC): 103.26 para C s , 102.31 para C sm , 103.85 para EToHS e 103.48 para EToHS m . Os resultados das razões de chance (OR) mostraram que para cada variação de 1 mm.dia -1 (EToHS e EToHS m ), ou de 1mm.10 dias -1 (C s e C sm ), as chances de ocorrência de, pelo menos, 1% de florescimento diminuem em 0.9981 (C s ) e 0.9979 (C sm ) vezes; e aumentam 2.3279 (EToHS) e 2.9066 (EToHS m ) vezes. A partir da matriz de confusão, as acurácias calculadas desses modelos foram 64.94% (C s ), 66.23% (C sm ), 71.43% (EToHS) e 72.73% (EToHS m ). Analisando a Receiver Operating Characteristic Curve (curva ROC), os valores de área sob a curva (AUC) foram: 0.618 (C s ), 0.640 (C sm ), 0.649 (EToHS) e 0.662 (EToHS m ). Os valores de especificidade dos modelos foram: 0.312 (C s ), 0.656 (C sm ), 0.531 (EToHS) e 0.438 (EToHS m ). Já os valores de sensibilidade foram: 1.0 (C s ), 0.644 (C sm ), 0.844 (EToHS) e 0.933 (EToHS m ). Os modelos com C s e C sm apresentaram maiores valores de “pseudo” R 2 com valores de 8,92% (C s ) e 10,47% (C sm ) contra 7,95% (EToHS) e 8,56% (EToH Sm ). Analisando o desempenho geral, entre os modelos que tiveram chuva como regressor, o modelo com C sm tem desempenho geral levemente maior que o com C s . Enquanto que, entre os modelos que tiveram evapotranspiração como regressores, o modelo com EToHS m tem desempenho geral levemente maior que o com EToHS. Os resultados sugerem que a influência da chuva sobre o florescimento da cana se dá de maneira acumulativa, enquanto a evapotranspiração afeta de maneira média. Palavras-chave: Saccharum spp. Validação. Intercomparação de modelos. Regressão Logística. Proxies.