Estruturas secretoras da lâmina foliar de espécies de Senecio Tourn. ex L. (Asteraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Martins, Fabiano Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8817
Resumo: Muitas estruturas secretoras já foram relatadas para a família Asteraceae, ocorrendo hidatódios, nectários, ductos, cavidades, idioblastos, laticíferos, coléteres e diversos tipos de tricomas. O gênero Senecio é o maior entre as fanerógamas e pode ser caracterizado pela presença de alcalóides pirrolizidínicos os quais apresentam propriedades tóxicas e atividade biológica. Poucas espécies de Senecio foram estudadas anatomicamente, e apenas uma pertencente a flora brasileira. Esse trabalho teve como objetivos descrever a anatomia das estruturas secretoras foliares de espécies de Senecio ocorrentes na Zona da Mata de Minas Gerais; avaliar a importância dessas estruturas como subsídio para a taxonomia do grupo e caracterizar a histoquímica foliar de Senecio leptolobus DC. Foram analisados exemplares herborizados depositados nos herbários VIC (UFV), OUPR (UFOP) e CESJ (UFJF) das seguintes espécies: Senecio argyrotichus Dusen, S. erisithalifolius Sch. Bip. ex Baker, S. pulcher Hook, S. icoglossus DC., S. pellucidinervis Sch. Bip. ex Baker, S. pluricephalus Cabr., S adamantinus Bang., S. stigophlebius Baker, S. mikanoides Otto ex. Baker, S. brasiliensis Less., S. leptoschizus Bong., S. pinnatus Poir., S. leptolobus DC., S. pohlii Sch. Bip. Ex Baker, S. pseudopohlii Cabr., S. emilioides Baker, S. nemoralis Dusen, S. languei Malme, S. tweediei Hook. et Arn., S. vernomioides Baker, S. oleosus Vell., S. heterotrichus DC., S. oxiphyllus DC., S. confusius Britten., S. ellipticus DC., S. imbricatus Garden, S. selloi Spreng., S. jacobaca D. Don., S. desiderabilis Vell., S. aureus Linn. Das exsicatas, foram retiradas folhas totalmente expandidas e submetidas ao processo de reidratação. Fragmentos foram diafanizados conforme metodologia usual e a região mediana (nervura central e margem) foi incluída em glicol-metacrilato para obtenção de cortes em micrótomo. Os cortes foram corados com azul de toluidina, e as peças diafanizadas em safranina solução xilólica. As lâminas foram montadas em Permount. Para os testes histoquímicos foram utilizados materiais frescos, sendo os cortes realizados com lâmina de barbear em micrótomo de mesa. Os testes utilizados foram: sudan III, sudan IV e sudan black B para lipídios; xylidine ponceau para proteínas; PAS para polissacarídeos neutros; vermelho de rutênio para substâncias pécticas; floroglucina ácida para lignina; lugol para amido; sulfato ferroso em formalina para compostos fenólicos como fixador e reagente de Dragendorf para alcalóides. Foram observados quatro tipos de estruturas secretoras. Os tricomas secretores são de três tipos, e ocorrem em 15 espécies, que estão distribuídas em 5 seções. Os hidatódios, que são formados por um poro aqüífero, epitema, terminações vasculares xilemáticas e por uma bainha incompleta, não ocorrem na Seção Dichoria. Os ductos estão ausentes apenas em S. icoglossus. Nas demais espécies, eles podem ocorrer associados os feixes vasculares ou dispersos no mesofilo. Quando associados a feixes, eles podem estar voltados apenas para o floema ou para floema e xilema simultaneamente. Foram observadas cavidades apenas em S. icoglossus e S. oxyphyllus. Os testes com PAS, xylidine ponceu e lugol apresentaram resultados negativos. A presença de alcalóide foi observada pela reação positiva ao teste com Dragendorf, mostrando acúmulo de alcalóides nos plastídeos. Uma forte reação positiva foi observada no teste com sulfato ferroso, evidenciando um acúmulo de compostos fenólicos principalmente nas células epidérmicas e no parênquima clorofiliano. Gotas de óleo foram evidenciadas no parênquima aclorofilado. Não se observou reação positiva aos diferentes testes histoquímicos nos ductos secretores.