Pobreza e desigualdade rural na Região Sudeste sob o enfoque da pluriatividade e rendas não-agrícolas
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos Mestrado em Economia Aplicada UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/39 |
Resumo: | A pluriatividade, definida como a combinação de atividades agrícolas e não-agrícolas pelos membros de uma mesma unidade familiar, e a questão pertinente às rendas não-agrícolas emergem num contexto de busca por melhores condições de vida no meio rural brasileiro. Neste sentido, espera-se que a pluriatividade e as rendas não-agrícolas atuem como uma alternativa para o incremento da renda das famílias residentes no meio rural, propiciando, assim, alteração nos níveis de pobreza e desigualdade de renda. Essa pesquisa tem como objetivo identificar os efeitos da pluriatividade e das rendas não-agrícolas sobre os níveis de pobreza e desigualdade rural na região Sudeste em 2008. Especificamente, pretende-se analisar os fatores que interferem na caracterização da família como sendo agrícola, não-agrícola e pluriativa; identificar o efeito da pluriatividade sobre a pobreza a partir do diferencial de renda auferida pelas famílias agrícolas e pluriativas; e avaliar a contribuição das rendas não-agrícolas sobre a redução da desigualdade no meio rural. O referencial teórico utilizado é o modelo de utilidade conjunta, segundo o qual os membros da família agem coletivamente a fim de maximizar uma função simples de utilidade. Os principais determinantes das escolhas das famílias em relação às três alternativas possíveis foram estudados por meio do modelo de seleção amostral com logit multinomial, realizando-se, posteriormente, o cálculo das medidas de pobreza e concentração de renda, quais sejam, os índices FGT, proporção de pobres, hiato da pobreza e severidade da pobreza e o índice de concentração de Gini, além das medidas de elasticidade da pobreza considerando variações nas rendas e no índice de desigualdade. Foram utilizados os dados da PNAD referente ao ano de 2008. As variáveis mais relevantes na determinação das escolhas das diferentes alternativas de ocupação foram: anos de estudo, local de moradia, idade da população economicamente ativa, número de componentes da família, trabalhadores por conta própria e empregados. Simulando todas as famílias como agrícolas ou pluriativas, observa-se a renda mais elevada para as famílias pluriativas, sendo que para estas existe um número maior de famílias cuja renda está acima do nível médio. Os resultados dos índices de pobreza FGT mostram que a menor xi proporção de pobres é encontrada para a renda observada das famílias pluriativas seguida das não-agrícolas e das exclusivamente agrícolas, da mesma forma o hiato e a severidade da pobreza. Os índices de concentração de Gini mostram o mesmo comportamento, as famílias pluriativas possuem o menor valor e uma concentração maior para as não-agrícolas e agrícolas. Simulando as rendas para cada tipo de família, percebe-se que quando as famílias pluriativas e não-agrícolas passam a ser agrícolas os índices de pobreza sofrem uma relativa piora, mostrando que para estas famílias a pobreza é maior. Os melhores resultados ocorrem nos casos em que as famílias são pluriativas. Fica evidente, portanto, que o fato da família ser pluriativa contribui como alternativa para o incremento da renda e redução da pobreza. Simulando que tanto as famílias pluriativas quanto não-agrícolas se dedicam exclusivamente às atividades agrícolas, aumenta-se a concentração de renda. Caso as famílias agrícolas fossem pluriativas, a concentração de renda diminui, ou seja, a parcela de renda não-agrícola reduz a desigualdade das famílias. Os resultados para as elasticidades permitem constatar que a pobreza é mais sensível quando se modificam os níveis de desigualdade em comparação a alterações na renda média. |