Narrativas de vida: efeitos do ensino remoto emergencial na saúde e na motivação docente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Tavares, Nathália Cristina Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/32372
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.156
Resumo: As dificuldades e as incertezas impostas pela pandemia da COVID-19 e o Ensino Remoto Emergencial no ano de 2020, motivaram a investigação sobre as angústias e desafios experimentados por professores nesse período. A intensificação e a precarização das atividades profissionais dos professores, assumiram, no contexto pandêmico, um viés mais abrangente e perverso com o chamado trabalho remoto. O envolvimento íntimo trabalho/casa, vida pessoal e doméstica/vida profissional, trabalho humano presencial de interação e afetividade versus trabalho humano remoto de distanciamento afetaram a profissão, dando-lhe nova roupagem. Para tanto, o objetivo geral de pesquisa foi compreender os efeitos do Ensino Remoto Emergencial na saúde e motivação docente, do ponto de vista dos professores que atuam em escolas públicas municipais de São Geraldo. De modo mais específico buscou-se: i) identificar quais os efeitos do Ensino Remoto Emergencial na saúde e na motivação docente dos sujeitos da pesquisa; ii) narrar esses efeitos de acordo com a história vivida por esses sujeitos; iii) analisar as narrativas docentes, de modo a produzir novas compreensões sobre a temática em estudo. Assim, utilizou-se como referência teórica metodológica a perspectiva etnossociológica, que se insere no âmbito das pesquisas qualitativas. Para a construção do corpus analisado foram utilizados os procedimentos específicos da perspectiva etnossociológica de Daniel Bertaux (2010). Em um primeiro momento, através dos dados obtidos por questionário, traçou-se o perfil geral dos cerca de 30 docentes atuantes na Rede Municipal de Ensino da cidade de São Geraldo (MG) à época do ERE. Metade dos participantes afirmaram que não se sentiram motivados a trabalhar durante o Ensino Remoto Emergencial, a maioria afirmou que a rotina familiar, a saúde física e mental foi afetada pelo Ensino Remoto Emergencial bem como passaram por tratamento médico neste período. No segundo momento da pesquisa, houve a construção e a aplicação da entrevista, realizadas nos moldes das orientações de Daniel Bertaux (2010). As três entrevistadas apontaram fatores como dificuldades em aprender, usar e acessar as ferramentas digitais, as instabilidades no acesso à internet. A baixa participação dos pais e dos alunos nas aulas remotas, maior burocratização do trabalho, extensa e intensa carga horária de trabalho remunerado e doméstico, dificuldades em conciliar vida profissional e doméstica. A frustração com o contato apenas virtual com os alunos, a constante angústia, ansiedade e o sentimento de fracasso, pela forma como o ensino estava sendo realizado naquele momento. Crises de ansiedade, depressão, angústia, qualidade de sono ruim, estresse, fadiga, sentimentos de insucesso e incompetência foram uma constante no cotidiano dos professores durante o ERE. As descobertas e confirmações trazidas por essa pesquisa não findam em si mesmas. Ao contrário, precisam fomentar outras investigações sobre diferentes perspectivas dos efeitos e consequências do ERE, na saúde física e mental, na qualidade do sono, na vida pessoal e profissional, na motivação deste enorme contingente de trabalhadores espalhados pelo país, durante o ensino remoto e no retorno ao ensino presencial. Palavras-chave: Saúde docente; Motivação docente; Trabalho docente; Ensino remoto emergencial.