Desempenho nutricional e características metabólicas em bovinos alimentados com forragens tropicais em respostas à suplementação infrequente com compostos nitrogenados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Rufino, Luana Marta de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6318
Resumo: Foram realizados dois experimentos objetivando avaliar o desempenho nutricional e as características metabólicas em bovinos de corte alimentados com forragens tropicais. Os experimentos diferiram apenas em relação à qualidade dos fenos de capim braquiária (Brachiaria decumbens) ofertados, sendo de baixa qualidade (47,2 g de proteína bruta/kg de matéria seca) no primeiro experimento e de média qualidade (80,5 g de proteína bruta/kg de matéria seca) no segundo experimento. Em ambos os experimentos foram utilizados cinco novilhos mestiços, fistulados no rúmen e abomaso, distribuídos em delineamento em quadrado latino 5 x 5, com cinco tratamentos e cinco períodos experimentais. Foram avaliados os seguintes tratamentos: controle, sem suplementação (somente forragem basal); 30/D, suplementação diária com o fornecimento diário de 30% das exigências de proteína degradável no rúmen (PDR); 30/I, suplementação infrequente (a cada três dias) com o fornecimento equivalente diário de 30% das exigências de PDR; 60/D, suplementação diária com o fornecimento diário de 60% das exigências de PDR; 60/I, suplementação infrequente (a cada três dias) com o fornecimento equivalente diário de 60% das exigências de PDR. Como fonte de proteína bruta (PB) suplementar foi utilizada mistura composta por 85% de caseína e 15% de ureia:sulfato de amônio (9:1). Cada experimento foi constituído de cinco períodos experimentais com 24 dias de duração. No primeiro experimento, o fornecimento de suplemento não alterou (P>0,05) o consumo voluntário em relação ao tratamento controle, com exceção dos consumos de PB e matéria orgânica digerida (MOD), os quais foram ampliados (P<0,05) com o fornecimento de suplementos. Para todas as medidas de consumo foi observado efeito de interação entre quantidade de suplemento e frequência de suplementação (P<0,05). Considerando-se o desdobramento deste efeito, observou-se que o fornecimento infrequente de 60% das exigências de PDR deprimiu o consumo voluntário (P<0,05). O fornecimento de suplementos ampliou (P<0,05) os coeficientes de digestibilidade total da MO e PB e a concentração dietética de MOD. Por outro lado, o aumento na quantidade de suplementos ampliou (P<0,05) os coeficientes de digestibilidade total da MO, PB e FDN e a concentração de MOD na dieta. O balanço aparente de compostos nitrogenados (BN) foi incrementado (P<0,05) pelo fornecimento de suplementos em relação ao controle, mas não foi afetado (P>0,05) pela quantidade de suplemento, frequência de suplementação ou sua interação. Por outro lado, a eficiência de uso do nitrogênio (EFUN), além de ter sido ampliada pelo fornecimento de suplementos (P<0,05), foi maior (P<0,05) nos animais recebendo 60% das exigências de PDR em comparação aos animais recebendo 30% das exigências de PDR, não sendo afetado (P>0,05) pela frequência de suplementação. O balanço de compostos nitrogenados no rúmen (BNRU) foi incrementado (P<0,05) pelo fornecimento de suplementos e foi superior (P<0,05) com o fornecimento de 60% em relação a 30% das exigências de PDR. A concentração de NAR foi incrementada nos tratamentos com suplementação nitrogenada em relação ao tratamento controle (P<0,05). Adicionalmente, observou-se efeito da quantidade de suplemento, evidenciando maiores concentrações de NAR (P<0,05) nos tratamentos com 60% das exigências de PDR em relação aos tratamentos 30% PDR (P<0,05). Além disto, para NAR houve interação entre dias de amostragem e tratamentos (P<0,05), sendo que o desmembramento deste efeito mostrou que apenas nos tratamentos cuja suplementação foi infrequente houve diferença entre dias (P<0,05), observando-se maiores valores de NAR no primeiro dia de amostragem, com queda gradativa na concentração para os demais dias. A concentração de fator de crescimento semelhante à insulina (IGF1) no plasma foi maior nos animais suplementados em relação aos do tratamento controle (P<0,05). Adicionalmente, houve efeito da quantidade de suplemento (P<0,05), cujos tratamentos com suplementação com o suprimento de 60% das exigências PDR apresentaram maiores concentrações plasmáticas de IGF1. A concentração de nitrogênio uréico no soro (NUS) e a excreção fracional de nitrogênio ureico (EFNU) foram ampliadas pela suplementação (P<0,05) e incrementadas (P<0,05) com o aumento na quantidade de suplemento fornecido, mas não foram afetadas (P>0,05) pela frequência de suplementação. A concentração de NUS somente variou entre dias de amostragem para os tratamentos com suplementação infrequente (P<0,05), nestes casos, as concentrações se elevaram (P<0,05) do primeiro para o segundo, decrescendo (P<0,05) do segundo para o terceiro dia. No segundo experimento, o consumo de PB foi ampliado (P<0,05) com o fornecimento de suplementos e foi maior (P<0,05) quando os suplementos contemplavam 60% das exigências de PDR. Houve efeito da frequência de fornecimento de suplementos para os consumos medidos em unidades de tamanho corporal, os quais foram menores (P<0,05) nos tratamentos com fornecimento infrequente em relação aos tratamentos cuja suplementação foi realizada diariamente. O fornecimento de suplemento ampliou (P<0,05) os coeficientes de digestibilidade ruminal, intestinal e total da PB. O BNRU foi incrementado (P<0,05) pelo fornecimento de suplementos e foi superior (P<0,05) com o fornecimento de 60% em relação a 30% das exigências de PDR. A concentração de NAR foi incrementada nos tratamentos com suplementação nitrogenada em relação ao tratamento controle (P<0,05), e observou-se também efeito da quantidade de suplemento, evidenciando maiores valores (P<0,05) nos tratamentos com o suprimento de 60% das exigências de PDR em relação ao suprimento de 30% das exigências de PDR (P<0,05); e efeito de frequência de suplementação, sendo maiores valores de NAR observados nos tratamentos cujos suplementos foram oferecidos de forma infrequente (P<0,05). Ainda em relação à concentração de NAR, houve efeito de interação entre dias de amostragem e tratamentos, o desmembramento deste efeito mostrou que apenas nos tratamentos cuja suplementação foi infrequente houve diferença entre dias (P<0,05), observando-se maiores valores (P<0,05) de NAR no primeiro dia de amostragem, com queda gradativa na concentração para os demais dias. Não houve efeito de suplementação ou da frequência de fornecimento dos suplementos sobre a concentração sanguínea de glicose (P>0,05); entretanto, houve aumento (P<0,05) na glicose sanguínea quando se elevou a quantidade de suplemento de 30% para 60% das exigências de PDR. A concentração de NUS foi ampliada pela suplementação (P<0,05) e incrementada (P<0,05) com o aumento na quantidade de suplemento fornecido, mas não foram afetadas (P>0,05) pela frequência de suplementação. Além disso, houve interação (P<0,05) entre tratamentos e dia de amostragem, cujo estudo do efeito evidenciou mostrou que a concentração de NUS somente variou entre dias de amostragem para os tratamentos com suplementação infrequente (P<0,05). Neste caso, para o suprimento infrequente de 30% das exigências de PDR, as concentrações de NUS mantiveram-se estáveis (P>0,05) nos dois primeiros dias de avaliação, decaindo (P<0,05) ao terceiro dia. Com o suprimento infrequente de 60% das exigências de PDR as concentrações de NUS se elevaram (P<0,05) no segundo dia de avaliação, reduzindo-se (P<0,05) ao terceiro dia. Desta forma, conclui-se que a redução na frequência de suplementação nitrogenada em bovinos alimentados com forragens tropicais de baixa e média qualidade não compromete a retenção corporal de compostos nitrogenados. Contudo, o fornecimento infrequente de suplementos nitrogenados resulta em efeitos negativos sobre o consumo voluntário de forragem.