Atividades antibacteriana e antivirulência de extratos de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica sobre Staphylococcus aureus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Almeida, Ayla das Chagas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28582
Resumo: Staphylococcus aureus é um patógeno que causa diferentes patologias em humanos e animais. A bactéria produz vários fatores de virulência que desempenham papel determinante no estabelecimento das infecções e intoxicações. O desenvolvimento de novas estratégias de combate às bactérias é necessário, visto o crescente aumento mundial da resistência aos antibióticos convencionais. Nos últimos anos, tem se questionado se promover a diminuição na produção de toxinas, fatores de secreção e adesão não seria uma estratégia eficaz no combate a infecção. A Mata Atlântica é um importante bioma para a pesquisa de compostos bioativos. Pela crescente ameaça imposta às poucas áreas remanescentes corre-se o risco de perda de espécies vegetais que são fontes de produtos naturais com atividades biológicas ainda desconhecidas. Neste trabalho, avaliou-se a ação 99 extratos orgânicos e aquosos de 25 espécies arbóreas da Mata Atlântica sobre Staphylococcus aureus ATCC 29213. Um total de 29 extratos apresentou atividade antibacteriana, com destaque para o extrato orgânico de folhas de Maclura tinctoria (11FO). O fracionamento biomonitorado desse extrato permitiu a obtenção da fração diclorometano (11FO d), que exibiu forte atividade in vitro sobre isolados veterinários de S. aureus e ação protetora em lagartas Galleria mellonella infectadas com S. aureus ATCC 29213. A fração 11FO d não afetou a superfície bacteriana e não promoveu danos a estrutura da membrana celular. Os 70 extratos vegetais que não tiveram atividade antibacteriana foram avaliados quanto ao potencial antivirulência. Um total de 33 extratos interferiu na atividade hemolítica de S. aureus ATCC 29213, enquanto 14 diminuíram a formação de biofilme de S. epidermidis NRS101 (ATCC 35983), considerada forte produtora de biofilme. Os extratos orgânicos de galhos das espécies Casearia sylvestris e Siparuna guianenses inibiram esses dois fatores de virulência. Concentrações subinibitórias desses extratos interferiram na hemólise e na formação do biofilme por isolados veterinários de S. aureus. A expressão do gene que codifica a α-hemolisina (hla) e do gene RNAIII, regulador da expressão de fatores de virulência de S. aureus, também foi reduzida, confirmando o potencial dos extratos estudados.