Compartilhar, curtir, interagir: o Facebook como currículo na formação continuada de professor@s

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lopes, Rita Alice de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/18099
Resumo: Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de metrado em Educação que objetivou compreender os usos que @s Professor@s fazem das suas redes sociais virtuais, mais especificamente o Facebook. Para o estudo das redes virtuais iniciamos seguindo um grupo do Facebook “Educação Municipal em Rede-PN”, criado pela Secretaria Municipal de Educação de Ponte Nova/MG. Este tinha como objetivo disseminar informações e criar interações entre os servidores da Educação do município. A partir do conhecimento deste grupo, algumas questões passaram a nortear esta pesquisa: Como essas postagens chegam ao Facebook? As escolas/professores/diretores, alunos/pais têm acesso livre? Serão @s professor@s consumidores destas redes? Ou serão el@s os usuários? O que seus usuári@s fabricam quando usam essa rede virtual? Qual o uso que a rede municipal de Ponte Nova faz dessa rede virtual? Servirá ela como uma invenção curricular? Ou um meio de divulgação do trabalho das escolas? Para realizar a investigação solicitei a minha participação no grupo e comecei a segui-lo. Posteriormente, fiz prints de postagens dos seus usuári@s, realizei entrevistas com a Secretária Municipal de Educação, analisei documentos existentes na secretaria e citados na entrevista, como o “caderno de práticas exitosas” e o “jornalzinho SEMED informa-informação com educação”. Posteriormente, comecei a seguir uma das escolas, sendo escolhida a que mais fazia postagens no facebook, por meio de sua rede virtual. Nesta, realizei observações e também fiz entrevistas com professoras. Utilizei de narrativas para a produção e apresentação dos dados. Toda trama desta pesquisa foi inspirada nos modos de fazer pesquisa cartográfica (DELEUZE e GUATTARI), Passando por estudos sobre Currículo (SILVA, LOPES, MACEDO, PARAÍSO); Currículo no cotidiano (CERTEAU, ALVES, FERRAÇO, OLIVEIRA); Currículo e formação de professor@s nos cotidianos (FERRAÇO, GOMES, SOUZA); Internet, Cibercultura, Ciberespaço, Redes Sociais Virtuais (LEMOS, CASTELLS, LÉVY); Disciplinas para as “boas práticas” (FOUCAULT). Os resultados indicam que as postagens das atividades passam por um crivo antes de chegar ao Facebook. As professoras atendiam os olhares de vigilância que coordenavam os movimentos da escola pesquisada, para que somente as atividades consideradas pela Secretária de Educação como “boas práticas” fossem compartilhadas em rede. O Facebook, portanto, servia mais como lugar para exposição do belo realizado pelas escolas, espaço de divulgação do trabalho da rede municipal de Educação da cidade e de propaganda das escolas. Também percebi que, além de entretenimento, interação e informação, as professoras o usavam, cada uma à sua maneira, como local de formação continuada por meio de troca de experiências em boas práticas, busca de sugestões de atividades para o ensino. Assim sendo, arrisco afirmar que há um processo de escolha do que deve ou não ser postado no Facebook criado para divulgar o trabalho das escolas da rede municipal de Ponte Nova, bem como da Escola Municipal Santo Antônio. Que o acesso d@s professor@s e diretor@es não é livre, uma vez que tem que passar pelo crivo da Secretária para publicar, e os pais são somente consumidores. Quanto aos processos de fabricação e invenção curricular acredito ficar a desejar uma vez que seu uso é mais para exibição, curtidas e elogios, do que para criação.