Matriz óssea bovina mineralizada na reparação alveolar da mandíbula de cães e sua associação com membrana de colágeno. Estudo experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Gisele, Fófano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10601
Resumo: As terapias periodontais têm como objetivos não apenas estacionar a progressão da doença, pela interrupção da ação inflamatória da placa bacteriana, mas também possibilitar a restauração das estruturas perdidas, especialmente quanto à manutenção da arquitetura e estado funcional dessas. Assim, os tratamentos tidos como regenerativos ou reconstrutivos apresentam como finalidade a formação de novos tecidos de inserção (cemento, ligamento periodontal e osso alveolar) na área envolvida pela periodontopatia. Exemplos de terapias periodontais regenerativas incluem enxertos ósseos e regeneração tecidual guiada (RTG). O objetivo deste trabalho foi avaliar a matriz óssea bovina mineralizada como substituto ósseo na reparação alveolar da mandíbula de cães e sua associação com uma membrana de colágeno seguindo a técnica da regeneração tecidual guiada (RTG). Para tal, foram utilizados 48 cães, divididos em três grupos. Defeitos de aproximadamente 6 x 5 x 5 mm foram criados entre as raízes do quarto pré-molar direito na superfície vestibular do osso alveolar. Em um grupo, esses defeitos foram totalmente preenchidos com o xenoenxerto, em outro grupo, o defeito foi totalmente preenchido com o xenoenxerto e coberto pela membrana, enquanto no último grupo, permaneceram sem tratamento, sendo utilizados como controle. Foram realizadas avaliações clínicas diárias por uma semana, assim como radiográficas logo após a cirurgia e aos 7, 14, 21, 30, 42, 60, 90 e 120 dias. A cicatrização da ferida cirúrgica ocorreu de forma satisfatória e semelhante entre os cães dos três grupos. O exame radiográfico revelou uma reparação mais lenta no grupo controle, onde aos 120 dias o defeito ainda foi visualizado, em comparação ao grupo tratado com a matriz óssea bovina mineralizada, que aos 60 dias não foi mais observado e em comparação ao grupo tratado com a associação matriz óssea bovina mineralizada e membrana de colágeno, que aos 90 dias a falha não foi mais visualizada. Portanto, pode-se concluir que os materiais utilizados apresentam características desejáveis como biocompatibilidade e propriedade osteocondutora, sendo alternativas viáveis no auxílio da reparação óssea alveolar. Foi coletado, de dois animais de cada grupo, material para biópsia do sítio operado aos 7, 14, 21, 30, 42, 60, 90 e 120 dias e foram realizadas avaliações histológicas. No grupo controle, o processo de formação óssea se iniciou aos 14 dias e evoluiu progressivamente até os 120 dias, quando não foi mais distinguível o limite entre a periferia da falha e o novo osso formado. No grupo tratado somente com a matriz óssea bovina mineralizada, logo ao sétimo dia observou-se abundante celularidade ao redor do material e o início do processo de reparação, que aos 60 dias já havia preenchido todo o defeito produzido. Além disso, nenhuma reação do tipo corpo estranho foi observada e, portanto, pode-se concluir que o material utilizado apresenta características desejáveis a um substituto ósseo como biocompatibilidade e propriedade osteocondutora, sendo uma alternativa para o auxílio da reparação óssea alveolar. No grupo tratado com a associação matriz óssea bovina mineralizada e membrana de colágeno, observou-se o processo de reparação mais avançado em relação ao grupo controle até os 42 dias. Depois, observou-se um processo inflamatório crônico, até os 120 dias, levando a uma estagnação dessa reparação óssea. Apesar disso, nenhuma reação do tipo corpo estranho foi observada e, portanto, pode-se concluir que os materiais utilizados apresentam biocompatibilidade, característica desejável a substitutos ósseos e que a membrana, a partir dos 42 dias, provoca reação indesejável.