Purificação e caracterização parcial de lectina obtida de couve-flor (Brassica oleracea var. Botrytis) e potenciais ações biológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Abranches, Monise Viana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos
Doutorado em Biologia Celular e Estrutural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/262
Resumo: As lectinas são proteínas capazes de interagir de forma seletiva e reversível com carboidratos. As interações proteína-carboidrato estão envolvidas em muitos processos biológicos, atuando como mediadoras de várias atividades celulares, que incluem: interação célula-célula, célula-matriz, controle do crescimento celular e a apoptose. Além disso, tais interações estão implicadas no desenvolvimento de doenças. Adicionalmente, as lectinas podem promover a eliminação de agentes não próprios pela opsonização e parecem ativar a resposta imune inata. Nesse estudo foi purificada e parcialmente caracterizada uma lectina de couve-flor (Brassica oleracea var. Botrytis). A atividade dessa proteína contra a viabilidade de células tumorais (MDA-MB-231, MCF-7 e HepG2) e sobre a ativação de macrófagos foi avaliada. O processo de purificação da lectina envolveu três etapas cromatográficas (por afinidade em coluna Hitrap Blue HP, por troca catiônica em coluna Hitrap CaptoS e exclusão por peso molecular em coluna Sephadex 200 HR 10/30). Sua massa molecular foi estimada por SDS-PAGE sob condições redutora e não redutora, bem como após tratamento com PNGase. A atividade da proteína sobre eritrócitos humanos e de carneiro, em diferentes temperaturas e valores de pH, na presença de diferentes cátions bivalentes, e sua capacidade de se ligar a diferentes carboidratos foi investigada. A sequência de aminoácidos da porção N-terminal da proteína foi analisada por degradação de Edman em sequenciador automático de proteína (modelo PPSQ-33A, Shimadzu). A viabilidade das células tumorais na presença da lectina pelo ensaio com MTT. Adicionalmente, foi realizado ensaio de fagocitose por macrófagos e estimada a produção de H2O2 e NO- sob a influência da lectina. As etapas cromatográficas proporcionaram uma purificação de 139 vezes. A análise por SDS-PAGE em condições redutora e não redutora revelou uma única banda estimada em 34 kDa. Não foi observada diferença de massa quando a lectina foi previamente tratada com PNGase. Observou-se que a proteína foi capaz de hemaglutinar eritrócitos de humanos (Grupos O e B) e de carneiro. A atividade máxima da proteína se manteve até 60 oC e entre os valores de pH 7 e 8. A lectina apresentou especificidade de ligação a carboidratos complexos (fetuína e asialofetuína) e teve sua atividade hemaglutinante melhorada pelo Mg. A sequência N-terminal da lectina encontrada foi ETRAFREERPSSKIVTIAG. A lectina reduziu a viabilidade das linhagens MDA-MB-231 e HepG2, mas o mesmo não foi constatado para a linhagem MCF-7. Na presença da lectina a fagocitose foi estimulada, bem como a produção de H2O2 e NO-. É sugerido que a proteína estudada é uma nova lectina que pode inibir a proliferação das células MDA-MB-231 e HepG2. Além disso, essa lectina também pode ser explorada como agente imunoestimulador, capaz de auxiliar a imunidade inata, favorecendo a remoção de antígenos não próprios.