Aspectos morfométricos e comportamentais da oviposição de rainhas e operárias em duas espécies de Scaptotrigona (Hymenoptera, Apidae, Meliponini)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Serra, Raissa Santana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11844
Resumo: As abelhas indígenas sem ferrão (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) ocorrem em colônias eussociais permanentes que diferem em muitos aspectos de outras abelhas. A determinação de sexo em Meliponini e outros Hymenoptera ocorre por haplodiploidia: ovos não fecundados, haploides, desenvolvem-se em machos e ovos fecundados, consequentemente diploides, dão origem às fêmeas. Os ovos são colocados sobre o alimento, nas células de cria, que são operculadas em seguida. Na maioria das espécies, as operárias podem contribuir na produção da colônia, colocando ovos haploides que darão origem a machos. Em Scaptotrigona, geralmente os ovos reprodutivos de operárias são colocados ao lado dos ovos da rainha, o que resulta em canibalismo entre larvas. Esse fenômeno, também chamado de larvofagia obrigatória, resulta em um macho filho da operária. Já os ovos tróficos não são viáveis e são colocados na margem da célula, servindo de alimento para a rainha. Ovos reprodutivos de operárias de S. postica são maiores que os da rainha, e seu tamanho pode variar entre as colônias, assim como os ovos de rainha. O objetivo deste trabalho foi estudar alguns aspectos dos ovos de rainhas e operárias em S. postica e S. xanthotricha, como morfometria e ploidia dos ovos e ocorrência de canibalismo entre as larvas. Seis colônias foram utilizadas, três de S. postica (em São Luís – MA) e três de S. xanthotricha (em Viçosa – MG). Nas colônias de S. postica, comparou-se o tamanho dos ovos de rainhas e operárias e correlacionou-se o tamanho dos ovos da rainha com a precipitação pluviométrica total, enquanto que em S. xanthotricha, os ovos de rainhas e operárias foram comparados e separados para desenvolvimento e posterior sexagem da larva. A variação do tamanho do ovo da rainha de S. postica se deu conforme a taxa de precipitação em todas as três colônias, mesmo que estas apresentassem médias diferentes, provavelmente devido à disponibilidade de alimento que varia conforme as estações. Já em S. xanthotricha, o estudo confirmou a diferença de tamanho entre ovos de rainhas e operárias e a ocorrência de larvofagia, e também revelou uma maior frequência de ovos haploides de rainha acompanhando os ovos de operárias. Este trabalho lança novos olhares sobre o que rege o tamanho dos ovos de rainhas e operárias, além de trazer uma nova informação sobre os padrões de canibalismo.