Plantas espontâneas favorecem crisopídeos em plantio de pimenta malagueta
Ano de defesa: | 2014 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Ciência entomológica; Tecnologia entomológica Mestrado em Entomologia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3985 |
Resumo: | A diversificação do habitat em agroecossistemas através da manutenção de plantas espontâneas é uma estratégia que permite aumentar populações de artrópodes benéficos ao tornar o ambiente mais adequado para os inimigos naturais, devido à disponibilidade de recursos alimentares, lugares para oviposição e áreas de refúgio em condições adversas. A pimenta-malagueta Capsicum frutescens é uma cultura de grande importância no Brasil, por sua rentabilidade e importância social. No entanto, a cultura carece de suporte fitossanitário e os agricultores incorrem em práticas inadequadas na tentativa de controle de pragas. Dentre os diferentes artrópodes benéficos, os crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) se destacam pela ocorrência natural em diferentes agroecossistemas e por sua capacidade predatória. A partir desta perspectiva foram realizadas avaliações em áreas de cultivo de pimenta-malagueta para estabelecer: i) a influência de plantas espontâneas integradas no campo de cultivo na abundância de crisopídeos e de pulgões comparada com plantios de pimenta-malagueta sem vegetação espontânea; ii) a identificação das plantas espontâneas presentes na cultura, sua associação com crisopídeos (fonte de alimento, lugar oviposição e/ou refúgio) e a presença de pulgões; e iii) a predação intraguilda em ovos de C. externa na presença e na ausência de plantas espontâneas. Posteriormente, no capítulo 2, estudou-se em laboratório o papel das inflorescências das plantas espontâneas de ocorrência comum em cultivos de pimenta (Bidens pilosa, Ageratum conyzoides e Sonchus oleraceus) na sobrevivência, no desenvolvimento, na fecundidade e fertilidade de C. externa e Ceraeochrysa cubana. De acordo com os resultados obtidos em campo, a abundância de crisopídeos nas áreas de pimenta-malagueta foi favorecida pela presença de plantas espontâneas e não houve diferença significativa na presença de pulgões em plantas de pimenta nas áreas com e sem vegetação espontânea. Emilia sp. (média= 1 ovo/planta) e Pennisetum sp. (média= 0,54 ovos/planta) foram as espécies com maior presença de ovos. Pennisetum sp., Conyza bonariensis, Marsypianthes chamaedrys, Solanum lycocarpum, e Solanum americanum foram as espécies com maior presença de adultos com médias de 1,21, 1, 0,90, 0,85 e 0,83 adultos/planta, respectivamente. Das 16 espécies de plantas espontâneas que foram identificadas no plantio de pimentamalagueta, seis tinham presença de pulgões. A predação intraguilda em ovos de C. externa foi maior nas áreas de pimenta sem vegetação espontânea (média= 2,9 ovos predados/cartão/planta) do que nas áreas de pimenta com vegetação espontânea (média= 2,2 ovos/cartão/planta). Nos experimentos em laboratório, tanto as larvas de C. externa como as de C. cubana sobreviveram mais tempo nas dietas A. conyzoides e B. pilosa com inflorescência do que nas outras dietas onde foram oferecidas plantas espontâneas sem inflorescência. O desenvolvimento das larvas foi significativamente afetado pelas dietas oferecidas, oito larvas de C. cubana empuparam na dieta B. pilosa e duas de C. externa na dieta de S. oleraceus, sendo o maior numero de pupas formadas nas dietas com inflorescências para cada uma das espécies de crisopídeos. A dieta com ovos de A. kuehniella foi o único tratamento onde mais do 70% das larvas sobreviveram, empuparam e os adultos emergiram. A sobrevivência média dos adultos em todas as dietas com plantas espontâneas foi de cinco dias por tanto não houve oviposição. Na dieta de levedo e mel a sobrevivência foi superior aos 60 dias para as duas espécies de crisopídeos testadas, com oviposição total de 775,35 (±207,8) e 1108,12 (±106,8) ovos/fêmea para C. externa e C. cubana, respectivamente. A manutenção da vegetação espontânea na cultura da pimenta-malagueta favorece a presença de crisopídeos e reduz a predação intraguilda. O uso das inflorescências como alimento para larvas de C. externa e C. cubana favorece a sua sobrevivência e pode ser útil como alimento complementar na dieta destes predadores. Assim, a manutenção de plantas espontâneas no campo de cultivo pode incrementar a sobrevivência e o desenvolvimento destes inimigos naturais. |