Características tecnológicas do pseudocaule e de polpas celulósicas kraft branqueadas de Musa sp

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Silva, Antônio Gonçalves da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7840
Resumo: Foi investigado o uso do pseudocaule de Musa sp., principal resíduo da bananicultura, na produção de celulose kraft branqueável para confecção de papel especial utilizado na restauração de documentos. A matéria prima utilizada, com cerca de 94% de umidade, foi obtida de plantios comerciais existentes em Janaúba- MG. Os pseudocaules foram cortados em toretes de 10 cm de altura e secos ao ar. A constituição estrutural do pseudocaule, base peso verde, foi determinada como sendo 75,3 % para a região externa ou bainha e 24,7 % para a região interna ou medula. A densidade básica dessa matéria prima foi determinada como 52 Kg/m 3 , valor muito inferior ao de madeiras de folhosas e de coníferas. Suas ibras apresentaram dimensões médias de 2,9 mm de comprimento, 20,9 μm de diâmetro, 14,1 μm de lúmen e 3,4 μm de espessura de parede, o que permite sua classiicação como vegetal de ibra longa. A análise química do pseudocaule apresentou 57,3 % de holocelulose, 17,7 % de lignina, 16,4 % de pentosanas, 15,5 % de cinzas, 9,4% de extrativos em alcool/tolueno, 22,6% de extrativos em água quente e 40,6 % de extrativos em NaOH 1%. Para a separação das duas frações que constituem o psedocaule da bananeira, a fração de ibras e a de material mucilaginoso ou inos, foram utilizados tratamentos a 120°C com água e soluções aquosas de NaOH e H 2 SO 4 a 2%, base peso seco. Os rendimentos em ibras obtidos para os três tratamentos foram, respectivamente, 51, 46 e 40 %. Foi utilizado o processo kraft para produção de polpa celulósica, utilizando tanto o pseudocaule integral como a fração de ibras. As polpas do pseudocaule integral apresentaram número kappa superior a 32, mesmo quando foram utilizadas elevadas cargas de álcali. A polpação kraft da fração de ibras obtida com os pré-tratamentos de NaOH, H 2 O e H 2 SO 4 resultou em número kappa 17 e viscosidades em torno de, respectivamente, 45, 23 e 31 cP. A desligniicação com oxigênio das polpas kraft obtidas da fração de ibras do pseudocaule apresentaram menores índices de redução da lignina e de rendimento que valores convencionais para polpas de Pinus e Eucalyptus. As polpas kraft-O 2 foram branqueadas pela sequencia DEpD a alvura de 79% ISO, valor inferior ao obtido convencionalmente para polpas de Eucalyptus. As propriedades físico-mecânicas das polpas celulósicas branqueadas de Musa sp, produzidas após pré-hidrólise, foram superiores às de celulose de Eucalyptus. A polpa celulósica kraft branqueada de bananeira possibilitaria a confecção de folhas com características similares ou superiores às do “papel japonês” utilizado para restauração de documentos.