Teores de carotenóides em cenoura (Daucus carota L.) e sua relação com a coloração das raízes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Pereira, Albano Salustiano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8981
Resumo: O presente trabalho teve por objetivo, determinar, por espectrofotometria e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência CLAE, os teores de carotenóides totais e β-caroteno em 14 cultivares de cenouras colhidas aos 60, 80, 100 e 120 dias após o plantio e correlacionar esses valores com as medidas de cor L, a, b, Ch, H do sistema Hunter e L*, a*, b*, Ch*, H* do sistema CIELAB Foram utilizadas as cultivares comerciais Kuroda, Alvorada, Tropical, Carandaí, Brasília ISLA, Brazlândia, Brasília CNPH, Brasília HORTEC, Brasília Alta Seleção, Nantes e Brasília Raiz Longa, e três populações pertencentes a Embrapa Hortaliças: 971272, 931177 e RGS coletada no Rio Grande do Sul. O delineamento utilizado foi blocos ao acaso com 4 repetições. O tamanho de parcela foi de 8,0 m2 com espaçamento entre linhas de 20 cm e espaçamento entre plantas de 5 cm. A adubação empregada foi de 150 gramas por metro quadrado da formulação comercial 4-30-16. Durante a condução do ensaio, não foram efetuadas pulverizações para controle de doenças e pragas. Todas as extrações dos pigmentos carotenóides foram realizadas no escuro em acetona resfriada e posteriormente transferidos para éter de petróleo. As determinações dos teores de carotenóides totais foram feitas por espectrofotometria com leituras a 449 nm e β-caroteno por Cromatografia Líquida de Alta CLAE, em uma coluna cromatográfica LiChrospher 100 RP-18 (5 micra), marca Merck, com 250 mm de comprimento e 4 mm de diâmetro interno; com detecção a 470 nm; fase móvel (metanol, acetonitrila: acetato de etiIa) 80:10:10. Para as medidas da cor utilizou-se o colorímetro de triestímulos COLOR QUEST II e o software Universe da Hunterlab, Reston, VA., sob o iluminante D e leitura por reflexão a 100, grau de observação. Com as leituras obtidas foram calculados os valores de saturação da cor, CH = (a2 + b2)1/2 e a tonalidade ou nuança, H = [tg –1 (-a/b) + 900]. Ocorreram diferenças significativas para os teores de carotenóides totais e β-caroteno entre as cultivares, os menores teores para todas as cultivares foram observados no sexagésimo dia de colheita e os maiores no centésimo. A cultivar Nova Kuroda apresentou, em relação às outras, em todos as épocas de colheita e nas duas metodologias utilizadas os mais altos teores e a cultivar Brasília Raiz Longa os mais baixos. Os teores de carotenóides totais, em mcg/g, observados para a cultivar Nova Kuroda, 47,84; 76,24; 117,95 e 111,89 aos 60; 80; 100 e 120 dias, respectivamente, não diferiram significativamente daqueles encontrados para a cultivar Alvorada, 46,65 ; 70,91; 115,39 e 110,13 nas mesmas épocas de colheita praticadas. As análises de regressão polinomial até terceiro grau dos teores de carotenóides totais para período de colheita dentro de cada cultivar, foram significativas ao nível de 1% de probabilidade, mostrando que a relação cúbica foi a que melhor explicou o comportamento para os carotenóides nas épocas de colheita praticadas, aumentando até atingirem um ponto de máximo, decrescendo a partir daí. A semelhança entre as curvas, para todas as cultivares, é um indicativo de que o processo biossintético dos carotenóides em cenouras, segue um padrão definido e uniforme, independente da cultivar. Os resultados para a predição dos teores de carotenóides totais e β-caroteno em função das medidas de cor, mostraram que os valores L, b, L* e b* não foram adequados tanto nos modelos polinomiais como nos múltiplos. Os valores Ch, H, Ch* e H* possibilitaram estimativas melhores em ambos os casos, mas também foram considerados não adequados em virtude das estimativas obtidas com os valores de a e a*. As melhores estimativas foram obtidas com os modelos polinomiais em função de a e a*, optando-se pelo modelo quadrático para as épocas de colheita de 60, 80, e 100 dias e pelo modelo linear aos 120 dias. As equações para se estimar o teor de carotenóides totais em função das medidas a e a*, foram aos 60, 80, 100 e 120, respectivamente: y = -437,6780 + 47,2829 a - 1,1508 a2; y = -438,2550 + 40,2240 a* - 0,8319 a*2;, y = -612,9030 + 54,1066 a - 1,0633 a2; y = -613,3420 + 46,0023 a* - 0,7682 a*2;; y = -691,5210 + 49,8041 a - 0,7468 a2; y = -691,5480 + 42,3166 a* - 0,5507 a*2; y = -170,0610 + 10,4689 a; y = -170,2000 + 8,8994 a*. Os coeficientes de determinação R2 das equações ajustadas mostram que os valores de a do sistema Hunter e a* do sistema CIELAB explicam satisfatoriamente as variações nas concentrações de carotenóides totais e β-caroteno em todas as épocas de colheita e entre as cultivares estudadas. Este fato indica que as metodologias usadas para quantificar carotenóides, método espectrofotométrico e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência CLAE, poderão perfeitamente serem substituídas pelo método colorimétrico, de rápida e fácil execução, não necessitando da extração dos pigmentos. Desta forma nos estudos que necessitam de um número excessivo de análises de carotenóides, a exemplo de programas de melhoramento de cenoura, pode-se substituir com segurança os métodos espectrofotométricos e cromatográficos pela analise colorimétrica, utilizando o sistema Hunter ou CIELAB, especificamente, os valores de a ou a*.