Interações entre microclima, parâmetros de crescimento da planta e informações espectrais em cultivo de milho irrigado sob plantio direto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Silva, Marcos Antonio Vanderlei
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Agrometeorologia; Climatologia; Micrometeorologia
Doutorado em Meteorologia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1494
Resumo: Em função do valor nutritivo o milho (Zea mays L.) é um dos cereais mais difundidos no mundo, assumindo grande importância social e econômica. No Brasil, com cerca de 14 milhões de hectares cultivados, é a cultura mais largamente plantada, representando 30% da área agrícola do país. A produtividade média de grãos de milho no Brasil e no Estado de Minas Gerais é da ordem de 3.652 kg.ha-1 e 4.341 kg.ha-1, respectivamente, valores muito abaixo do desejado, considerando o seu potencial produtivo, que, com a utilização de alto nível tecnológico, ultrapassa 16.000 kg.ha-1. Todavia, a cultura do milho vem experimentando importantes avanços nos mais diversos campos da ciência agronômica, possibilitando melhor compreensão do processo produtivo e de suas interações com o meio, o que tem gerado aumentos significativos na produtividade. Apesar da complexidade do sistema de produção, a agricultura visa compreendê-lo para obter o máximo de produtividade das culturas. No entanto, para se obter sucesso, são necessários o conhecimento e o entendimento dos fatores que afetam a fisiologia e, consequentemente, a produtividade das plantas. A partir dessas proposições, o presente trabalho teve como objetivo principal estudar o comportamento dos indicadores ecofisiológicos em diferentes estádios do milho, cultivado sob plantio direto, em função das variáveis microclimáticas e de índices espectrais, na caracterização do micro clima da cultura, bem como avaliar as estimativas da biomassa baseada nesses índices. O experimento foi conduzido na área experimental da EMBRAPA Milho e Sorgo em Sete Lagoas-MG, com a variedade BR 106, cultivado sob plantio direto. Para balizar o processo analítico da análise quantitativa de crescimento os estádios fenológicos foram divididos em quatro períodos: P1 (emergência-8 folhas); P2 (12 folhas-Florescimento); P3 (Embonecamento-Formação de bolha d água) e P4 (Grão leitoso-Maturação Fisiológica). O crescimento do BR 106 foi afetado pelas variações do microclima do dossel, que foram caracterizadas por grandes períodos de nebulosidade, diminuição do potencial de vapor na atmosfera e oscilações no conteúdo de energia, principalmente luz e temperatura do ar, contribuindo para que os valores máximos dos principais atributos ecofiológicos de crescimento fossem observados no P2. Contudo a senescência das folhas do terço médio inferior, mais expressiva na transição do P2 para o P3, aumentou a RAF (razão da área foliar) e a AFE (área foliar específica), além de reduzir a RMF (razão da massa foliar), dependentes do IAF (índice de área foliar), da TCC (taxa de crescimento da cultura) e da TAL (taxa de assimilação líquida), que induziram a uma queda de 13 % na assimilação do CO2, ao longo do período reprodutivo. Esse comportamento das taxas e índices não afetou o rendimento final de grãos do BR 106 que apresentou um valor próximo do potencial. O acúmulo da RFAI (radiação fotossinteticamente ativa interceptada) teve relação satisfatória com a produção da biomassa seca aérea acumulada e pode ser um parâmetro adequado para quantificar a produção de biomassa do milho BR 106, utilizando o coeficiente . As respostas morfofisiológicas e fisiológicas em relação às variáveis ambientais, em termos de crescimento, tiveram fortes correlações e foram comprovadas pelas associações intergrupos estabelecidas pela correlação canônica. O uso da estimativa da condutância foliar em função da RFA (radiação fotossinteticamente ativa), indicador de interação gasosa, pode ser importante no monitoramento do crescimento do BR 106, pois informou seu comportamento por meio da análise correlação com fatores ambientais como luz, CO2 e temperatura e DPV (déficit de pressão de vapor). Por fim, as estimativa da MSa (matéria seca aérea) por meio do modelo de Monteith, considerando os índices de vegetação obtidos a partir da relação com o IAF, quando avaliadas por meio dos índices estatísticos apresentaram boa precisão e boa exatidão de acordo com o modelo de concordância de Willmott. Considerando o índice c de confiança, os resultados para a MSa estimada pelo NDVI (Normalized DifferenceVegetation Index e SAVI (índice de vegetação ajustado ao solo), utilizando as banda 1 e 2 do produto MOD09GQ, mostraram desempenho, dentro do critério bom , sendo, portanto, aplicável para uso de simulação de crescimento de culturas do milho, que tenham como variável de entrada o IAF, para as condições de clima, manejo e umidade estudados.