Avaliação de operações de supressão em florestas nativas licenciadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Andrade, Luciana Sant ana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Mestrado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3165
Resumo: Com o crescimento econômico, aumenta-se o número de empreendimentos instalados para diversos fins e consequentemente, torna-se necessária a supressão de florestas nativas, que é realizada após um processo de licenciamento ambiental. O presente estudo teve o objetivo de avaliar os aspectos técnicos de tal supressão, especificamente o corte, como condição fundamental para aperfeiçoar essa atividade e reduzir a subutilização. A área de estudo localiza-se nos municípios de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Para a coleta de dados foram utilizados quatro métodos distintos: análise do Plano de Desmate da empresa, entrevistas semiestruturadas, observações em campo e estudo de tempos e movimentos para análise técnica. As etapas da supressão florestal avaliadas foram a demarcação de áreas, limpeza pré-corte, abate, processamento, empilhamento, extração e cubagem, sendo que para todas foram realizadas observações em campo e entrevistas semiestruturadas. O estudo de tempos e movimentos foi realizado para as etapas do abate, processamento e empilhamento, sendo que as duas primeiras foram divididas em atividades parciais. As atividades parciais que compuseram o ciclo operacional do abate foram o abate, o deslocamento e as interrupções. Para o ciclo operacional do processamento, as atividades parciais foram o processamento, deslocamento e interrupções. Devido ao modo como era realizado o empilhamento não foi possível dividir esta etapa em atividades parciais. Neste caso, considerou-se apenas o tempo total de formação da pilha, incluindo a limpeza da área, a pré-organização das toras, a fixação das estacas, e a formação da pilha, propriamente dita. Foi avaliado o rendimento da referida etapa considerando a execução da mesma realizada em duplas ou individualmente. Os resultados obtidos indicaram que a limpeza da área afeta o desempenho de todas as etapas da supressão florestal. Apesar da atividade de limpeza ser realizada anteriormente à supressão propriamente dita, os trabalhadores responsáveis por todas as etapas posteriores a ela precisam complementá-la, despendendo tempo que poderia ser utilizado para realização de sua atividade. Além da necessidade de complementação, menciona-se que a atividade do abate fica comprometida por falhas na execução da limpeza, sendo necessário um tempo considerável para abater poucas árvores que se encontravam presas a cipós. Em relação ao estudo de tempos e movimentos foram amostrados 182 ciclos para o abate e 849 ciclos para o processamento, valores estes superiores ao número mínimo de ciclos necessários para cada uma das etapas, que foi de 176 e 203, respectivamente. Ao estudar concomitantemente os ciclos operacionais supracitados verificou-se que o processamento foi responsável por 58,79% do tempo despendido, o abate por 36,41% e o deslocamento entre as duas etapas por 4,80%. Considerando as atividades do ciclo operacional do abate, verificou-se que as interrupções foram responsáveis por maior tempo, correspondendo a 36,10% do tempo total, seguida pelo abate (32,07%) e pelo deslocamento (31,83%), resultando em uma eficiência operacional de 63,90%. Para o ciclo operacional do processamento, observou-se que o processamento foi responsável por 58,33% do tempo total, o deslocamento por 35,55% e as interrupções por 6,13%. A eficiência operacional desta etapa foi de 93,87%. O rendimento operacional do empilhamento foi de 4,9000 m3 de madeira empilhada por hora. Utilizando-se do Teste t de Student, verificou-se que não existe diferença significativa entre o rendimento desta etapa ao ser realizado por duplas ou individualmente. Concluiu-se que todas as etapas da supressão florestal estão interligadas, e caso uma etapa apresente falhas durante a sua execução, irá influenciar na execução da etapa posterior. Também evidenciou que os principais problemas da atividade de supressão não estão relacionados à ausência de procedimentos, e sim, ao não cumprimento dos mesmos. Neste contexto, recomenda-se que este estudo seja considerado na tomada de decisões da empresa contratante e da empresa contratada, e que os procedimentos constantes no Plano de Desmate sejam cumpridos. Ainda, que o referido Plano seja revisto e adequado de acordo com a execução das atividades realizadas de forma diferente da que consta no Plano, mas que não apresentem falhas em campo.