Isolamento, caracterização físico-química e avaliação do efeito do polvilho do fruto da lobeira (Solanum lycocarpum St. Hill) na glicose e lipídios sangüíneos
Ano de defesa: | 2001 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Ciência de Alimentos; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Alimentos Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/402 |
Resumo: | Com o objetivo de estudar as características do amido da lobeira, empregado pela população como auxiliar no tratamento do diabetes melito, foi feita a determinação da composição química centesimal das frações clara e escura. A fração clara apresentou 0,27% de proteína, 0,45% de lipídios totais, 10,7% de umidade, 0,03% de cinzas, 87,7% de amido (CAD) e 0,79% de outros componentes que não foram identificados, não diferindo da composição centesimal de amido obtido por outras fontes; já a fração escura apresentou 2,52% de proteína, 0,94% de lipídios, 11,41% de umidade, 0,2% de cinzas e 7,29% de outros componentes. O teor de amilose encontrado na fração clara foi de 20,8%, diferindo muito do teor encontrado na fração escura, que foi de 9,1%, sendo o valor de amilose encontrado na fração clara semelhante ao encontrado em outras fontes de amido. Quanto à firmeza do gel, a diferença foi bem mais acentuada no amido escuro do que no claro, provavelmente devido à menor concentração de amido na fração escura. No processo de retrogradação, o que se esperava era o aumento crescente nas taxas de retrogradação de géis de amido estocados a baixas temperaturas por determinado período de tempo, o que não foi observado nem na fração clara nem na fração escura. Também o valor da densidade absoluta na fração clara deste amido, que foi de 2,9 mg/mL, diferiu daqueles encontrados em outros tipos de amido. Quanto à forma, os grânulos das frações clara e escura apresentaram- se com formatos variados ovais e poliédricos. O estudo químico do extrato etanólico, buscando a identificação de princípios ativos que justificassem essa ação antidiabética, revelou tratar-se da mistura de ácidos graxos e confirmou a presença de compostos glicosídicos. A análise dos resultados permitiu identificar a rafinose como o carboidrato presente na estrutura, não tendo sido identificado a qual constituinte (aglicona) estava ligada. No estudo do controle da glicemia em ratos com diabetes induzido por aloxano, pôde-se observar que a maior redução foi obtida pela utilização do extrato bruto da fração clara, que foi de 12,60%, quando comparada com a taxa de glicose sangüínea dos animais diabéticos que receberam dieta-padrão (grupo 2-RDDP). O possível efeito hipoglicemiante do extrato bruto da fração clara foi confirmado pela porcentagem de hemoglobina glicosilada, que também foi menor no grupo que o recebeu. A taxa de colesterol total e frações (HDL, LDL e VLDL) mostrou que, em relação ao VLDL e HDL, no grupo 6 (RDDC) houve maior aumento durante o período experimental, sendo estas de 52,9 e 12,2%, respectivamente, mais altas do que os níveis dos mesmos parâmetros do grupo 2. Esse aumento nas frações lipídicas encontradas no grupo 6 é justificado, uma vez que o extrato usado pelos animais deste grupo era constituído por uma mistura de ácidos graxos. Apesar dessas indicações, nos parâmetros avaliados não houve efeito significativo dos tratamentos (P > 0,05) pelo teste F. Este trabalho permitiu determinar as características físico-químicas e reológicas do amido dos frutos da lobeira, bem como sugeriu a presença de um glicoalcalóide no extrato etanólico bruto desse amido, que, pelos resultados do ensaio biológico obtidos e pelos estudos já publicados, pode ser um dos possíveis responsáveis pela ação hipoglicemiante do amido dos frutos da lobeira utilizado na terapêutica popular como auxiliar no tratamento do diabetes melito. |