Influência da suplementação de carboidrato na função imune de judocas durante o treinamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Mendes, Edmar Lacerda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2803
Resumo: O objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos da suplementação de carboidrato sobre a função imune de atletas de judô durante uma sessão de treino. Dezesseis judocas do sexo masculino, com idades 24,06 ± 2,59 anos e pesos 76,78 ± 9,42 kg (média ± desvio padrão), foram alocados de forma aleatória em dois grupos num delineamento experimental cross-over composto por duas sessões de treinamento de 120 minutos cada com três dias de intervalo entre elas. Cada grupo de atletas recebeu como tratamento experimental uma solução carboidrato (CHO) ou solução placebo (PLA), na dosagem de 3 ml/kg de peso corporal a cada 15 minutos nas sessões de treino. Os parâmetros da função imune, lactato e glicemia sanguínea dos atletas foram avaliados no início da sessão de treino (Pré-E), imediatamente após o término (Pós-E) e uma hora após o término (1 h pós-E). Os resultados mostraram que a glicemia aumentou significativamente durante o exercício (p<0,003) para o grupo consumindo CHO e reduziu significativamente (p<0,002) para o grupo ingerindo PLA. Houve diferença significativa entre os grupos CHO e PLA no período Pós-E (p<0,05). O cortisol aumentou significativamente durante exercício, independente do tipo de solução consumida (p< 0,02) para CHO e (p < 0,03) para PLA, bem como durante a recuperação no grupo placebo (p<0,03). As concentrações de Iga-S reduziram significativamente durante o exercício independente da solução consumida (p<0,0002). O consumo de CHO resultou em menor (p<0,05) leucocitose, quando comparado ao PLA, nos períodos Pós-E e 1 h Pós-E. Os atletas que consumiram PLA apresentaram queda significativa (p<0,05) de linfócitos, nos períodos Pós-E e 1h Pós-E, em relação aos valores Pré-E. Não houve diferença significativa (p>0,05) entre as concentrações de monócitos no Pré-E e Pós-E, independente da solução ingerida. O consumo de CHO não causou redução significativa (p>0,05) nas concentrações de monócitos entre os períodos Pós-E e 1h Pós-E. Observou-se aumento significativo nos níveis de eosinófilos entre Pré-E e Pós-E para o grupo PLA (p<0,05) e sua concentração continuou elevando-se 1 h Pós-E no grupo PLA, todavia, não atingiu diferença estatisticamente significativa, em relação ao período Pós-E (p>0,05). A concentração dos neutrófilos aumentou significativamente durante o exercício para os dois tratamentos (p<0,05). O aumento dos neutrófilos no grupo PLA foi significativamente superior ao do CHO, tanto no período Pós-E quanto no 1h Pós-E (p>0,05). Entre o Pré-E e os 60 minutos de treino, a concentração de lactato sangüíneo aumentou significativamente independente da solução consumida (p<0,05). Entre o Pós-E e 1h Pós-E houve redução significativa em ambas as condições (p<0,05). Não houve diferença significativa entre os tipos de solução consumida ao longo da sessão de treino (p>0,05). A elevação da concentração de lactato sangüíneo decorrente do exercício correlacionou-se fortemente com o aumento dos leucócitos (r = 0,86, p<0,001). Concluiu-se que: a) a ingestão de carboidrato durante a sessão de treinamento em judô não induziu alterações na imunidade oral, comparado com o placebo, entretanto, durante a recuperação, foi observado que o consumo de solução carboidratada exerceu proteção na imunidade do trato respiratório superior; e b) o treino de judô, associado à ingestão de carboidrato, resultou em menor perturbação de leucócitos totais e de suas subclasses, linfócitos, monócitos, eosinófilos e neutrófilos, em relação ao placebo. c) a intensidade do treino apresentou-se fortemente associada à leucocitose.