Entre dois hemisférios: migração e Direitos Humanos em "Luanda, Lisboa, Paraíso" e "Estive em Lisboa e lembrei de você"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Veloso, Ana Angélica Miranda
Orientador(a): Rückert, Gustavo Henrique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://acervo.ufvjm.edu.br//handle/123456789/3474
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar comparativamente duas obras literárias: Luanda, Lisboa, Paraíso, de Djaimilia Pereira de Almeida, e Estive em Lisboa e lembrei de você, de Luiz Ruffato. Pretende-se compreender o processo de migração dos falantes do português para Portugal e identificar os direitos que deveriam ser efetivados para todos, de forma igualitária. Para tanto, a ferramenta metodológica empregada é a análise de personagens (Bordini, 2006). A partir da observação de Cartola e Aquiles (do livro da Djaimilia) e de Serginho (da obra do Ruffato), busca-se evidenciar como os Direitos Humanos são vedados aos migrantes. O referencial teórico perpassa sobretudo pelas ideias de Santos (1990; 2003; 2010; 2014; 2018; 2019; 2020), o qual demonstra que a maior parte dos indivíduos não é sujeito de garantias, apenas objeto dos discursos de Direitos Humanos. Nesse sentido, almeja-se relacionar a vida dos migrantes reais aos personagens fictícios que vivenciam situações de desigualdade em Portugal, lidando com a ausência da cidadania e de condições mínimas de sobrevivência. A forma como os deslocamentos geográficos têm ocorrido e a não garantia da cidadania tornam o percurso não meramente uma travessia espacial, entre os hemisférios Norte e Sul, mas também um atravessamento psicológico e identitário, uma vez que os indivíduos que cruzam as fronteiras territoriais, diante das condições que encontram no país receptor e sem perspectivas de retornarem à sua terra natal, passam a se reconhecer como “sujeitos de lugar nenhum”.