Geoprocessamento aplicado à identificação, análise espacial e temporal de usos da terra em áreas adjacentes às turfeiras da serra do espinhaço meridional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fonseca, Samuel Ferreira da
Orientador(a): Silva, Alexandre Christófaro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://acervo.ufvjm.edu.br/items/e2f8b11e-6ff9-46d4-838e-71a5c3bced63
Resumo: Turfeiras são produto da lenta decomposição de vegetais em ambientes saturados com água. São ecossistemas particulares por acumularem grandes volumes de água e matéria orgânica e atuam como registros cronológicos de mudanças climáticas e ambientais. O objetivo deste trabalho foi: cartografar áreas adjacentes à turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional – SdEM cronologicamente (1964 – 2014), para identificar e quantificar atividades antrópicas nos últimos 50 anos, por meio de técnicas do geoprocessamento. Foram utilizadas fotografias aéreas de 1964 (1:60.000), e de 1979 (1:25.000). Também foram utilizadas imagens orbitais, dos satélites Landsat TM/5 dos anos 1984, 1995 e 2005, Landsat OLI/8 de 2014 e RapdEye de 2011. As cartas topográficas do IBGE (1:100.000) formaram a base cartográfica. Todos os dados foram processados nas seguintes plataformas: Google earth™ pro, ArcGIS™ 9.3., ENVI™ 4.5 e Quantum GIS® 2.10. O geoprocessamento ocorreu suportado pelas seguintes técnicas: georreferenciamento, mosaicagem, classificação supervisionada (MaxVer) e vetorização. Os dados gerados foram utilizados para identificação dos tipos de atividades do uso da terra, como pastagem, eucalipto e outras culturas. A atividade agrícola mais intensa nas áreas adjacentes às turfeiras foi o cultivo de eucalipto, que não era cultivado em 1964, mas em 2014 ocupou 341,37 ha (2,07%). Outras culturas (milho, café e morango), que não eram cultivadas nas adjacências das turfeiras em 1964, passaram a ocupar 312,46 ha (1,90%) em 2014. A área ocupada com pastagens passou de 378,57 ha em 1964 para 1.176,40 ha em 2014, o que corresponde a um avanço de 2,30 para 7,14% da área adjacente total. As áreas adjacentes às turfeiras não eram utilizadas de forma sistemática até 1995. O avanço das atividades antrópicas nas áreas adjacentes às turfeiras nas últimas décadas foi substancial. A decadência da mineração de diamante na região de Diamantina coincide com a intensificação do uso da terra. Este cenário sinaliza a necessidade de criação de mecanismos legais para proteção desses ecossistemas. Além disso, é necessário estabelecer diretrizes para o planejamento da ocupação das áreas no entorno das turfeiras da SdEM.