Pesca, perfil e conhecimento dos pescadores à jusante da UHE Luís Eduardo Magalhães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Mariza Fernandes
Orientador(a): Marques, Elineide E.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/1190
Resumo: O pescador vive em contato com a natureza e o seu cenário diário é o rio, conhecem o rio e o funcionamento do ecossistema local. Modificações na estrutura e dinâmica do rio e ambiente, de modo permanente, interferem no ciclo de vida e na dinâmica das populações de peixes. Pescar é uma arte, que resulta da criatividade, sentido e liberdade do pescador. A pesca proporciona uma série de experiências, aventuras e uma grande oportunidade de acumulação de conhecimento. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar o perfil, pesca e o conhecimento etnoictiológico dos pescadores que estão nos municípios à jusante da UHE Luís Eduardo Magalhães. Os dados foram coletados por meio de aplicação de questionário semiestruturado junto aos pescadores dos municípios ribeirinhos de Lajeado, Miracema do Tocantins e Pedro Afonso. Para coletar os dados foi utilizado à metodologia “bola de neve”, questionários semiestruturados que foram aplicados junto aos pescadores locais. Foram entrevistados 124 pescadores e todas as entrevistas foram transcritas e sistematizadas para serem utilizadas nos resultados. O perfil dos pescadores e o sistema de pesca nesta região, quando analisada por municípios possui características específicas. De modo geral, o pescador à jusante da UHE Lajeado, em sua maioria é representado pelo sexo masculino, praticam a pesca desde a infância, possuindo dessa forma muitos anos de experiência na atividade pesqueira, a pesca é organizada por colônia de pescadores e possuem pescadores experientes, com muitos anos de filiação. Os pescadores que pescam sozinhos, em grande maioria, são aqueles que pescam de beirada, boa parte dos pescadores que pescam integralmente, são associados às colônias locais de sua região, por sua vez, esses pescadores passam mais de um dia no rio. Os apetrechos mais utilizados são a linha de mão, muito utilizada pelos pescadores de beirada, e a rede de espera, utilizada principalmente pelos pescadores com embarcação. Os resultados referentes ao conhecimento etnoictiologico, mostram que as movimentações de cardumes são observadas principalmente nos meses de junho e julho, com maior incidência no município de Pedro Afonso, as espécies mais citadas foram: curimatá, piau e caranha. Os pescadores observam peixes ovados durante o ano todo, os meses de março e abril apresentam maior incidência de citações de peixes ovados, as espécies mais observadas ovadas são: piau, curimatá e pacu. Por fim conclui-se que os pescadores conhecem e acompanham comportamento reprodutivo, e identificam os movimentos de cardumes na região, sabem especificar a época em que os peixes passam e a maioria das vezes identifica as espécies. A pesca apresenta importância econômica, mas também sentimental, formando parte da subjetividade do pescador, sendo assim, a pesca faz parte do que eles são, compõe suas histórias de vida