Linguagem e mente em Terrence Deacon

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Figueiredo, Suely Mara Ribeiro
Orientador(a): Dutra, Luiz Henrique de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/517
Resumo: Esta tese apresenta as teorias do cientista cognitivo e antropólogo de Berkeley Terrence Deacon em relação à linguagem e à mente. Para tal, ela inicia caracterizando seu modelo de linguagem enquanto fenômeno originado concomitantemente à intencionalidade e à organização social. A seguir, descreve a associação deaconiana entre tal origem e a emergência de um insight simbólico num cérebro hominídeo, insight este que diz respeito à percepção da estrutura de representação icônica e indicial e a aplicação desta mesma estrutura a signos virtuais e compartilhados. São apresentados, na sequência, os processos de interpretação, da aprendizagem e os mecanismos cognitivos envolvidos na linguagem que o autor destaca, principalmente em relação às críticas que tece à gramática universal inata de Chomsky, ao instinto da linguagem de Pinker e ao não-representacionismo de Maturana, Varela e Gibson. Para apresentar o modelo mental de Deacon, esta tese discute, antes, seu conceito de emergência, com o qual o autor afirma ter resolvido o hard problem da filosofia da mente; a seguir, apresenta as principais considerações sobre os objetos entencionais que Deacon define e reivindica em suas explicações, e introduz sua teoria da informação, que trata a informação como uma restrição a ser locupletada por um significado cognitivamente inferido. A tese então, apresenta, a partir desses conceitos preliminares, a teoria da mente de Deacon que se caracteriza, primordialmente, pela compreensão de como restrições homeodinâmicas propiciam a emergência de restrições morfodinâmicas que, por sua vez, permitem a emergência de restrições teleodinâmicas que, em seu nível mais alto, configuram a subjetividade e a intencionalidade. Deacon dá à emoção um lugar de destaque por expressar teleodinamicamente a incompletude que nos move. Para construir suas teorias, Deacon penetra no debate filosófico sobre teleologia e apresenta seus argumentos sobre como os materialistas eliminativistas, entre os quais inclui Dennett, não conseguem explicar a origem da intencionalidade a partir de seus modelos computacionais do fenômeno mental. A tese conclui que os modelos de linguagem e mente em Deacon enriquecem o debate atual mas são suas teorias de emergência e informação, inéditas e potencialmente revolucionárias, as mais relevantes para a contribuição filosófica do autor.