Recursos hídricos no Tocantins: índice de pobreza hídrica dos municípios tocantinenses e pressão do agronegócio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva Neto, Virgílio Lourenço da
Orientador(a): Sousa, Lucas Barbosa e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/6630
Resumo: Este estudo teve como objetivos identificar a variabilidade espacial e temporal bem como as tendências da precipitação pluvial no estado do Tocantins por meio de técnicas geoestatísticas; estimar a disponibilidade hídrica para o estado do Tocantins, por meio de postos pluviométricos e fluviométricos, para distribuição espacial da disponibilidade hídrica superficial por meio do rendimento específico; determinar o índice de pobreza hídrica dos municípios tocantinenses e analisar a pressão exercida pelo agronegócio sobre os recursos hídricos do estado. Foram realizados testes de tendência Mann–Kendall para avaliar as informações pluviométricas coletadas, sendo posteriormente realizada a análise geoestatística com base no ajuste do modelo de semivariograma teórico, a partir da obtenção dos valores para os parâmetros estruturais como o efeito pepita, a contribuição e o alcance, considerando os modelos esférico, exponencial e gaussiano, aplicando-se o método de ajuste dos mínimos quadrados ponderados. Para a regionalização das vazões, foi adotado o método index-flood, na sequência: I. Análise Regional de Consistência de Dados; II. Organização e adimensionalização das séries; III. Definição das curvas empíricas de frequência de cada estação hidrometeorológica; IV. Definição das regiões homogêneas e das curvas de frequência regional. Para a determinação do índice de pobreza hídrica, o roteiro seguido foi o enquadramento dos municípios por faixa de precipitação no período seco e chuvoso; determinação da produção hídrica do município, considerando a bacia em que está inserido, no período seco e chuvoso; adequação das classes do componente ambiente, com base na porcentagem de cobertura vegetal nativa; normalização dos dados devido à natureza diversa a que cada um pertence e atribuição de pesos para os valores obtidos de cada componente do índice de pobreza hídrica. Na última etapa, foi realizado o levantamento das informações e referenciais relacionados ao agronegócio tocantinense com o objetivo de apresentar a evolução das atividades agropecuárias no Estado do Tocantins, destacando a expansão dos principais cultivos agrícolas e da pecuária bovina, em diálogo com os resultados sobre a distribuição temporal e espacial das chuvas, a regionalização das vazões e o IPH (Índice de Pobreza Hídrica) no território estadual. As informações relacionadas ao agronegócio tocantinense foram obtidas através de um levantamento junto ao GeoPortal da Secretaria do Planejamento e Orçamento do Estado do Tocantins, ao IBGE, além de um levantamento bibliográfico que trata especificamente sobre o agronegócio nesse estado. Na distribuição das chuvas, o modelo exponencial apresentou o melhor desempenho na maior parte das situações analisadas, constatando-se a adequabilidade das técnicas geoestatísticas na interpolação da precipitação mensal para o estado do Tocantins. Quanto as vazões, a análise de tendência para definição à sentimento das regiões homogêneas das vazões adimensionalizadas foi considerada eficiente para as sub-bacias compreendidas pelo território tocantinense. As funções regionais ajustadas foram adequadas para utilização respeitando os limites de aplicação (áreas de drenagem) e observando as ressalvas quanto ao comportamento das curvas. A maior parte dos municípios tocantinenses apresentou índice de pobreza hídrica classificado como bom, fato observado considerando a média dos municípios para determinar este indicador para o Tocantins, o que não pode ser interpretado como abundância dos recursos hídricos. É evidente a grande variação das informações relacionadas ao agronegócio nos 139 municípios do Tocantins, o que também acompanha as disparidades apresentadas na distribuição das precipitações, com os menores valores anuais na porção sudeste; da regionalização das vazões, que revela maior preocupação com a região sul; e com o IPH, que apresenta maior concentração de municípios em situação crítica no norte do Tocantins. Os resultados indicam, pois, situações prioritárias, onde convergem maior pressão do agronegócio sobre o uso da água e maiores vulnerabilidades relacionadas aos recursos hídricos. Somando a área destinada ao agronegócio, considerando arroz, cana-de-açúcar, milho, soja e pecuária bovina, 24 municípios apresentaram valor superior a 100 mil ha. Nessa relação, em Porto Nacional este indicador é classificado como “muito bom|”, Dois Irmãos e Bandeirantes do Tocantins apresentam este indicador classificados como “pobre”. Com base nesta área somada, Araguaçu, Peixe e Formoso do Araguaia são os que obtiveram maior extensão, acima de 200 mil ha. Estes municípios se enquadram na classificação deste indicador como “bom”.