Análise fitoquímica, toxicidade e avaliação das atividades antioxidante e antimicrobiana das folhas de Dipteryx Alata (Baru) em odontologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sarri, Daniela Rezende Abram
Orientador(a): Scapin, Elisandra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/4261
Resumo: A terapêutica medicamentosa das afecções bucais ocorre pelo emprego de substâncias com atividade antimicrobiana, anti-inflamatória e/ ou antifúngica; o número crescente de cepas resistentes à terapêutica convencional estimula a busca por substâncias bioativas, tornando os fitoterápicos promissores agentes no tratamento das afecções bucais, como a cárie dental, a doença periodontal e as mucosites. Com reconhecida atividade antirreumática, anti-inflamatória e cicatrizante pelas comunidades tradicionais (quilombolas), o baru tem sido pesquisado e os experimentos científicos corroboram com a aplicabilidade terapêutica em que a Dipteryx alata vem sendo submetida. Com a intenção de investigar uma possível utilização dos extratos das folhas da D. alata na terapêutica das afecções bucais, esse trabalho propôs metodologia em duas fases. A primeira fase teve como objetivo realizar levantamento sistemático da literatura sobre a utilização de plantas medicinais para o tratamento de afecções bucais, reunindo artigos de pesquisa experimental e/ ou revisão de literatura, com textos completos e gratuitos das bases PubMed, LILACS, SciELO e ScienceDirect publicados em inglês ou português, revisados aos pares, no período de 2018 a 2022, utilizando como palavras- chave: Plantas medicinais, Fitoterapia e Odontologia. Foram identificados 216 trabalhos; pelos critérios de elegibilidade, foram excluídos 192 artigos (58 trabalhos duplicados, 97 não se tratava de pesquisa experimental e/ou revisão de literatura e 38 trabalhos descartados após leitura do título e resumo por não fornecerem dados sobre o grupo de comparação), resultando na amostra final de 24 artigos. Segundo as publicações analisadas, várias plantas medicinais apresentam atividade antimicrobiana, anti-inflamatória e antifúngica frente aos principais microrganismos orais e algumas das substâncias citadas podem ser empregadas como antisséptico. A efetividade dos fitoterápicos foi comprovada, com superioridade terapêutica em relação aos medicamentos alopáticos, sendo uma opção viável no tratamento e controle de afecções bucais. A segunda fase objetivou o screening químico dos extratos das folhas da D. alata Vogel, análise toxicológica e atividade antimicrobiana frente à microbiota oral, avaliando três extratos hidroetanólicos obtidos por Ultrassom assistida (extrato bruto ultrassom - UCE) e aparato Soxhlet (extrato bruto Soxhlet - SCE e extrato etanólico Soxhlet - SEE). A análise fitoquímica identificou a presença de flavonoides, taninos, fitoesterois e saponinas em todos os extratos; alcaloides foram identificados no SCE e SEE. Na cromatografia LC-DAD foram identificados ácido cafeico, rutina, quercetina, luteolina e kampferol e na análise por GC-MS, campesterol, estigmasterol e β-sitosterol em todos os extratos. Na análise da atividade antioxidante DPPH• e ABTS•+, o SEE mostrou maior eficiência (IC50 = 2,98 ± 2,92 e 6,57 ± 0,89 μg /mL, respectivamente). No teste de toxicidade com A. cepa, todos os extratos na concentração de 50 μg/ml estímularam o crescimento das raízes; a 250 μg/ml, o UCE e o SEE estimularam o crescimento das raízes e a 750μg/ml somente o SEE inibiu o crescimento radicular. No teste de toxicidade por A. salina, todos os extratos foram considerados não tóxicos, sendo identificada atividade antibacteriana frente aos microrganismos S. aureus e S. mutans, porém os extratos não apresentaram ação antifúngica para a cepa de C. albicans. Foi possível identificar potencial terapêutico dos extratos analisados da D. alata para aplicabilidade na odontologia.