Atividade antibacteriana e ensaio time kill com extratos etanólicos vegetais do cerrado tocantinense contra bactérias resistentes à múltiplos fármacos isoladas de lesões de pés diabéticos
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Palmas |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal - Bionorte
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/939 |
Resumo: | O desenvolvimento de cepas bacterianas multirresistentes tornou-se uma preocupação global. As plantas medicinais têm sido exploradas como uma fonte potencial terapêutica para o tratamento de várias doenças e para o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes contra infecções bacterianas. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antibacteriana do extrato de cascas e folhas de Anacardium humile (St.) Hil, extrato de cascas de Davilla nítida (Vahl.) Kubitski, e extrato de folhas de Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. contra bactérias resistentes a múltiplos fármacos isoladas de infecções do pé diabético, e também contra cepas de referência da American Type Culture Collection (ATCC). A atividade antibacteriana foi avaliada pelos métodos de Ágar Disco-Difusão (DD), Microdiluição em Caldo (MC), Ensaio “Checkerboard” e Ensaio “Time-Kill”. O extrato das cascas de Davilla nitida (Vahl.) Kubitski mostrou atividade antibacteriana expressiva contra todos os grupos de bactérias testadas. O método de microdiluição em caldo foi mais sensível que o método disco-difusão para determinar a atividade antibacteriana presente no extrato das cascas. O extrato de cascas inibiu o crescimento de bactérias com altos níveis de resistência aos antibióticos, como Pseudomonas spp. (100,00%), Enterobacter spp. (88,89%), Staphylococcus aureus (54,55%), Streptococcus pneumoniae (75,00%), Staphylococcus saprophyticus (92,86%). A combinação do extrato das cascas com antibióticos resultou em efeito aditivo contra a maioria das cepas testadas. O perfil cinético de tempo de morte do extrato de cascas mostrou propriedades bactericidas tempo-dependentes. Nossos resultados sugerem a presença de compostos bioativos nesta planta que podem ser utilizados para o desenvolvimento de novos agentes antibacterianos. O extrato de folhas de Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. mostrou atividade antibacteriana contra Citrobacter spp. (100,00%), Citrobacter youngae (ATCC-29935) (100,00%), Enterobacter spp. (33,33%), Pseumodonas spp. (66,67%), Pseudomonas aeruginosa (ATCC-27853) (100,00%). O extrato de folhas quando associado com antibiótico amoxicilina/ácido clavulânico ou cefoxitina não evidenciou qualquer potencialização da atividade antibacteriana contra as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, sugerindo que extrato e antibióticos possuem mecanismos independentes relacionados à inibição do crescimento bacteriano. Nossos resultados mostraram que o extrato etanólico das folhas de Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. teve uma boa atividade antimicrobiana contra algumas bactérias resistentes a múltiplos fármacos. Entretanto, estudos adicionais e mais específicos são recomendados para determinar a eficácia deste extrato no tratamento de infecções bacterianas. O extrato das cascas e folhas de Anacardium humile (St.) Hil, tanto no método Disco-difusão quanto em microdiluição em caldo, inibiu significantemente o crescimento das bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, como também o crescimento das bactérias comumente encontradas em lesões de pés diabéticos. Pelo método “Checkerboard”, a combinação do extrato das cascas (35,00%) e folhas (40,00%) sobre as bactérias Gram-negativas apresentaram efeitos sinérgicos semelhantes, enquanto que para as bactérias Gram-positivas, os extratos das folhas (45,00%) apresentaram um efeito sinérgico mais efetivo do que os extratos das cascas (17,50%). O perfil cinético “Time-Kill” apresentou atividade bactericida com propriedades dose e tempo dependente, sugerindo que os extratos das cascas e folhas podem potencializar os efeitos dos antibióticos, o que sugere que os extratos de Anacardium humile (St.) Hil podem ser usados com uma fonte alternativa de pesquisa para agentes antibacterianos com ação em bactérias Gram-positivas e Gram-negativas resistentes a multidrogas. No entanto, o isolamento dos compostos bioativos e estudos adicionais devem ser realizados para entender os mecanismos de ação bactericida, para definir a real eficácia e os efeitos tóxicos. |