Avaliação das temperaturas de superfície e do ar a partir da intensificação do agronegócio no território quilombola de Morro de São João, Tocantins
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Palmas |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/5198 |
Resumo: | A presente pesquisa busca estudar mudanças ambientais em virtude do avanço do agronegócio sobre o território da Comunidade Quilombola Morro de São João (CQMSJ), no Estado do Tocantins, e suas repercussões sobre as temperaturas de superfície e do ar. Nos últimos 20 anos, a comunidade percebe ter vivenciado diversas consequências ambientais em detrimento da substituição da vegetação nativa, que antes fazia parte de seu território original, por lavouras comerciais de grande escala, aos moldes do agronegócio. Por ser uma pesquisa de caráter interdisciplinar, os procedimentos metodológicos possuem abordagem no campo da climatologia e no uso de geotecnologias para estudos de temáticas relacionadas ao clima. Na parte climatológica, o trabalho possui duas frentes para aquisição e tratamento de dados de temperatura do ar: a primeira a partir de registros armazenados no banco de dados do Laboratório de Análises Geoambientais (LGA/UFT), coletados por meio de transecto móvel entre os anos de 2019/2020 sobre a área de estudo; e a segunda, a partir de coleta de campo em pontos fixos, por meio de datalogger, em episódios no final de cada estação, entre os anos de 2020 e 2021. A utilização de imagens de satélite da série Landsat 5, 7 e 8 serviu para a geração de mapas de Índice de Vegetação (NDVI) e Temperatura de superfície (TST). Os mapas se referem a momentos de período seco (inverno/ outono) e de período chuvoso (primavera/ verão), em cenários de observação referentes a duas épocas distintas, anterior (1999/2000) e posterior (2019/2020/2021) à expansão agrícola na área de estudo. Os resultados indicam que houve uma variação da temperatura de superfície associada principalmente às alterações no uso e ocupação da terra sobre o Território da CQMSJ. Ao longo dos anos, as alterações de TST se mostraram mais expressivas em locais com atividades antrópicas mais intensas, como nas áreas de monocultivo nas partes oeste (próximo à TO- 458) e leste da área de estudo (à direito do Córrego São Felipe). Já em termos de temperatura do ar, observa-se que as variações espaciais no transecto, indicam que as diferenças térmicas entre os pontos não alcançam valores tão elevados quanto aquelas normalmente verificadas em estudos de clima urbano (ilhas de calor), mas sugerem que as mudanças ambientais conduzem à formação de mosaicos microclimáticos que podem se intensificar ao longo do tempo. Em relação ao comportamento temporal das diferenças térmicas observados em análise simultânea em pontos fixos, o padrão é muito semelhante àquele verificado em estudos de clima urbano, ou seja, determinados tipos de tempo, mais ou menos presentes em cada estação do ano, podem elevar ou atenuar as diferenças térmicas. Dessa forma, os resultados sinalizam para prováveis consequências da exploração intensiva desse território tradicional inserido no bioma Cerrado, em especial quanto aos seus aspectos microclimáticos, com possíveis implicações sobre a vida de uma comunidade quilombola. |