Uso popular e atividades antiofídicas e repelente da planta medicinal (Erva tipi) petiveria Alliacea l. (Phytolaccaceae) frente ao veneno e a serpente bothrops moojeni
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Palmas |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/2471 |
Resumo: | O estudo da medicina popular envolve abordagens em diferentes áreas do conhecimento e a compreensão sobre os hábitos e costumes das comunidades, além de permitir pesquisar sobre as espécies vegetais conhecidas e as práticas utilizadas. Nessa linha, este estudo levantou as opções medicinais populares utilizadas pelos profissionais e usuários da Atenção Básica em Palmas-TO, e os resultados mostraram a baixa aderência na utilização destes recursos entre os profissionais prescritores participantes. Já entre os usuários, constatou-se haver evidentes hábitos de consumo de plantas medicinais além do conhecimento popular de várias opções com atividade antiofídica. Dentre elas foi elencada a Petiveria alliacea L. conhecida popularmente por erva Tipi, ou erva Guiné, ou erva de Amansa Senhor, indicada como tendo atividades antiofídica e repelente de serpentes. Essa planta passou a fazer parte do estudo com o objetivo de demonstrar cientificamente se os achados populares conseguem ser comprovados em ambiente experimental controlado. Assim ela foi analisada qualitativamente e a constituição fitoquímica do seu extrato bruto alcoólico foi investigada evidenciando a presença de compostos fenólicos como flavonoides, alcaloides, saponinas e cumarinas. Em paralelo foi avaliada a toxicidade nas doses de 300 mg/kg e 2.000 mg/kg via oral em camundongos e não foram evidenciados efeitos letais nem tóxicos agudos nessas doses. A investigação da atividade antiofídica do extrato foi realizada com a administração via oral em camundongos, na concentração de 1.000 mg/kg, frente a uma mistura de venenos extraídos de serpentes Bothrops moojeni do Cerrado Tocantinense. A análise cromatográfica desta mistura revelou a presença majoritária de proteínas nas regiões das desintegrinas, da fosfolipase A2, das serinoproteases, das metaloproteases PI e PIII e tipo lecitina. A atividade biológica sobre a formação do edema na pata de camundongos foi claramente evidenciado, já as atividades sobre os efeitos miotóxicos, hemorrágicos e a coagulopatia desencadeada pela mistura de venenos, não tiveram efeitos diferentes dos seus grupos controles. Em outro protocolo experimental proposto de maneira inédita, foi investigada a atividade repelente do extrato frente às serpentes Bothrops moojeni, que revelou haver efeito repelente do extrato sobre estas serpentes. Os resultados comprovam que os achados populares sobre a atividade antiofídica e repelente da Petiveria alliacea L., obtidos a partir do levantamento sobre o modo de utilização de plantas medicinas, possuem fundamentação científica favorável e contribuem para a valorização dos conhecimentos populares sobre a planta. Ademais, este estudo apresentando resultados positivos sobre a atividade biológica da planta a partir do conhecimento popular, acrescenta valor à biodiversidade do Cerrado Tocantinense, valorizando os costumes e as práticas socioambientais sustentáveis. |