Residência em Medicina de Família e Comunidade e qualidade da atenção primária à saúde do município de Palmas - Tocantins

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Póvoa, Patrícia Castro dos Santos
Orientador(a): Amorim, Fabio Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola Superior em Ciências da Saúde
Brasília
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Saúde da Família
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/5414
Resumo: Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) é uma estratégia para organizar os sistemas de saúde, de maneira a possibilitar o acesso universal aos serviços e a atenção integral ao longo do tempo. No Brasil, a estratégia adotada para a expansão da APS é a Estratégia Saúde da Família (ESF). O financiamento para expansão da ESF vem crescendo, assim como o número de equipes implantadas. Diante desse cenário, a reforma da APS gerou diversas necessidades de melhoria da rede. Em uma delas está a qualificação profissional de médicos para atuar nesse nível por dos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC). Objetivo: Comparar a qualidade na atenção básica à saúde de unidades básicas de saúde com e sem desenvolvimento de PRMFC. Métodos: Estudo transversal por meio de questionário aplicado à profissionais de saúde de unidades básicas e saúde (UBS) com e sem PRMFC em Palmas, Tocantins, entre agosto de 2020 a julho de 2021. Os seguintes instrumentos foram aplicados um questionário sociodemográfico e o questionário do Sistema de Avaliação e Monitoramento da Atenção Básica QualiAB. Resultados: Foram entrevistados 98 profissionais de saúde de 16 UBS (oito com PRMFC e oito sem PRMFC). As UBS com PRMFC apresentaram melhor avaliação em relação às UBS sem PRMFC, sendo que as 8 UBS com PRMFC foram avaliadas no segundo melhor quartil (Q2) (100,00%), enquanto 4 UBS sem PRMFC (50,00%) foram avaliadas no Q2 e quatro no Q3 (50,00%), p = 0,021. Na dimensão Gestão e Gerenciamento Local, as UBS com PRMFC apresentaram melhor avaliação em relação às UBS sem PRMFC, sendo que, da mesma forma que na avaliação geral, oito UBS com PRMFC foram avaliadas no segundo melhor quartil (Q2) (100,00%), enquanto quatro UBS sem PRMFC (50,00%) foram avaliadas no Q2 e quatro no Q3 (50,00%), p = 0,021. Em relação à dimensão Gestão da Atenção à Saúde, as UBS com PRMFC também apresentaram melhor avaliação em relação às UBS sem PRMFC, sendo que uma UBS com PRMFC foi avaliada no melhor quartil (Q1) (12,50%) e sete no Q2, enquanto duas UBS sem PRMFC (25,00%) foram avaliadas no Q2, cinco UBS no Q3 (62,50%) e uma UBS no Q4 (12,50%), p = 0,021. Nos itens do subdomínio Saúde da Mulher, UBS com PRMFC apresentaram melhor desempenho do que as UBS sem PRMFC na qualidade da atenção básica à Saúde da Mulher (mediana: 78,1; IQ25-75%: 74,3-82,3 versus mediana: 56,8; IQ25-75%: 48,5-65,6, p = 0,007). De modo semelhante, as UBS com PRMFC apresentaram melhor avaliação da Saúde da Criança e do Adolescente do que as UBS sem PRMFC (mediana: 61,8; IQ25-75%: 33,4-71,0 versus mediana: 53,6; IQ25-75%: 27,2-60,8, p = 0,015) e da Saúde do Adulto e da Pessoa Idosa (mediana: 70,8; IQ25-75%: 61,7-78,9 versus mediana: 56,8; IQ25-75%: 33,6-70,0, p <0,001). Conclusão: O desenvolvimento de Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade nas unidades básicas de saúde pode estar associado à melhoria da qualidade da Atenção Primária à Saúde de Palmas. Em nosso estudo, foi observado que as UBS com programas de residência médica apresentaram melhores avaliações no questionário QualiAB e em suas dimensões Gestão e Gerenciamento Local e Gestão da Atenção à Saúde do que as UBS sem programas de residência, assim como na qualidade da atenção básica à saúde nos diferentes ciclos da vida: Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde da Mulher, e Saúde do Adulto e da Pessoa Idosa.