Análise prospectiva do sistema produtivo da soja no estado do Tocantins, considerando cenários de riscos hídricos e climatológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Andrade, Andre de Moura
Orientador(a): Collicchio, Erich
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agroenergia - PPGA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/5857
Resumo: A soja é uma das principais culturas comerciais do país, sendo que ao mesmo tempo tem influenciado na mudança do uso do solo, de forma significativa no desmatamento do Cerrado brasileiro. Destaca-se que sua demanda é parametrizada exponencialmente por várias aplicações, cosméticas, alimentícias e de geração de biocombustíveis, e que se dispõe como a maior causa das transformações territoriais no Brasil. O Tocantins se encontra no rol das unidades federativas cuja matriz econômica é dominada pelo agronegócio especialmente pela cadeia produtiva desta oleaginosa. Face à flexibilização das legislações estaduais e federais no tratamento de algumas Unidades de Conservação inseridas no limite estadual tocantinense, este trabalho tem o intuito de prospectar o avanço da soja no entorno e nos interiores destas áreas protegidas, bem como de sua dinâmica a partir de cenários de riscos climáticos para o desempenho desta planta, que é altamente correlacionável ao estresse hídrico. Assim sendo construiu-se uma função de pedotransferência para estimativa da Capacidade de Água Disponível (CAD) no Estado com amostras granulométricas da Embrapa. Esta variável foi considerada de entrada para a simulação de cálculo de balanço hídrico de 36 datas de semeadura da leguminosa para determinação de seu Índice de Satisfação de Necessidade de Água (ISNA) por data de plantio para 130 coordenadas de estações pluviométricas. Outras simulações foram geradas para outros dois zoneamentos de riscos climáticos da cultura em escrutínio, utilizando- se de precipitações e temperaturas médias decendiais simuladas entre 2021 e 2050. Cada zoneamento construído pertence a uma constante de reflexão da radiação atmosférica em razão da concentração de gases de efeito estufa do modelo de circulação global MIROC5, RCP 4.5 W/m² e 8.5 W/m². Estes dois caminhos representativos do clima foram inseridos como variáveis estáticas em um modelo de usos e ocupações (LUCC - land-use and land-cover change) do Dinamica EGO, que foi calibrado quanto aos pesos das probabilidades de transição e validado pelo método de Hagen (2003). Dados do inventário florestal do Estado do Tocantins realizado pela Secretaria de Planejamento (Seplan) do governo estadual permitiram a quantificação de dióxido de carbono equivalente (CO2e) resultante da transição das áreas de vegetação natural em sistema produtivo da soja e o grau de desmatamento em UCs e em suas zonas de amortecimento. Em ambos os cenários, a APA da Ilha do Bananal/Cantão foi mais a prejudicada pela pressão dos investimentos agrícolas. A mesma possuiu pelo menos uma data de plantio de baixo risco à deficiência hídrica, ISNA na fase fenológica de florescimento a enchimento dos grãos acima de 0,65, sendo destaque por se figurar com baixa vulnerabilidade climática entre os anos de 2021 e 2050, nas duas projeções realizadas. Estes modelos espaço temporais também identificaram fugas de investimento nos maiores produtores municipais, Campos Lindos e Mateiros, pois estes posicionam-se geograficamente em áreas de alta frequência de ISNAs abaixo de 0,55, tanto na visão tendencial quanto na pessimista em relação ao tratamento das políticas de mudanças climáticas.