Economia doméstica: atuação profissional em assistência técnica e extensão rural na perspectiva de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Monte, Carina Géssika Irineu do
Orientador(a): Parente, Temis Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional - PPGDR
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/1362
Resumo: Esta pesquisa propôs analisar as práticas desempenhadas por profissionais de Economia Doméstica atuantes na Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) no Tocantins, na perspectiva de gênero, a fim de analisar se há ou não um reforço das relações de gênero em suas atividades desempenhadas. Este estudo partiu da hipótese de que: a atuação profissional nos dias atuais perpassa por questões estruturais do gênero, enfatizando-se a mulher enquanto ser social que trabalha com temáticas voltadas aos serviços domésticos, às criança e à família, ideias essas difundidas como característica a partir da criação do curso no Brasil, não sendo possível sua ruptura no contexto atual. Bem como, considera-se que a trajetória durante a graduação e experiências profissionais antes da inserção das profissionais no Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), iria moldar as práticas das economistas domésticas entrevistadas. Para isso, utilizou-se da metodologia da história oral, na qual foram registradas narrativas, memórias e subjetividades de quatro profissionais com cargo de extensionista rural, formadas em Economia Doméstica, atuantes no Ruraltins. Para além das entrevistas, o estudo contou com fontes documentais escritas, envio de questionários via e-mails às empresas de ATER pública do Brasil e para as coordenações dos cursos de Economia Doméstica que ainda disponibilizavam o curso de graduação, objetivando realizar um pano de fundo sobre o tema. Diante das narrativas, percebeu-se que as economistas domésticas se colocavam em constantes comparações com outros/as profissionais, de modo a perceber que, por mais que estejam no espaço público/no mercado de trabalho, representações de gênero ainda permeiam o que homens e mulheres “devem” fazer, bem como, os lugares sociais de cada um/a; geralmente, remetendo-as ao espaço interno, fechado, vigiado do órgão, executando atividades administrativas, enquanto que os homens tendem a participar e representar os espaços externos e abertos, de visibilidade. Desse modo, análises das narrativas indicaram que a escolha da formação, sua trajetória profissional e do próprio ambiente de trabalho tiveram influencias marcadas pelas questões de gênero, resultando numa desigualdade de relação de poder entre os gêneros. Nota-se, então a necessidade de visibilizar, valorizar e reconhecer os trabalhos realizados pelas profissionais, já que as necessidades do público atendido, bem como, para o funcionamento do Instituto não se reduzem a bens e serviços, apenas, mas também às questões administrativas, de bem-estar, cuidados, afetos, relações sociais, acesso a informações e políticas públicas. Bem como, contribuições para o processo de auto-organização dos grupos/associações, incentivo como sujeitos políticos, fortalecimento da autonomia dos sujeitos, dentre outros aspectos nem sempre possíveis de quantificar. Assim, a perspectiva de gênero, neste estudo, permitiu analisar e compreender as características que as economistas domésticas têm vivenciado de maneiras específicas, semelhantes e diferentes, a partir das complexas e diversas relações sociais que ocorrem entre os gêneros, nos conflitos institucionais e cotidianos que enfrentam em seus locais de trabalho.