Contexto sócio-espacial de escolas públicas da cidade de Araguatins/TO e implicações para os indicadores educacionais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ferreira, Eneila de Cassia Maia
Orientador(a): Leite, João de Deus
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Araguaína
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós - Graduação em Demandas Populares e Dinâmicas Regionais, Universidade Federal do Tocantins
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/5536
Resumo: Nesta dissertação, estamos interessados em focar o contexto sócio-espacial de algumas escolas públicas de Araguatins, Estado do Tocantins, buscando pensar em que medida certas diferenciações sócio-espaciais próprias desse contexto podem tender para determinadas desigualdades sócio-espaciais, tendo os indicadores educacionais como observatório de reflexão. Não estamos perdendo de vista, nesse enfoque, que a escola figura como meio de consumo coletivo em que aspectos, tais como: infraestrutura, equipamentos e serviços urbano-rurais, entre outros, são relevantes para a política de acesso e de permanência dos alunos no contexto escolar. Há aí implicadas relações materiais e imateriais, produzindo urbanidades e ruralidades entorno do contexto sócio- espacial das 04 (quatro) escolas particularizadas para a análise, sendo 02 (duas) escolas pertencentes à rede municipal e 02 (duas) integrantes da rede estadual. Do conjunto total de 22 (vinte e duas) escolas das duas redes de ensino, localizadas no território de Araguatins, o recorte para essas 04 (quatro) escolas está fundamentado no caráter da regularidade de aspectos que ocorreram na situação das escolas, já que os dados de todas as escolas foram levantados e tabulados. Contudo, para esta dissertação, mobilizamos os dados atinentes a esse recorte. O aporte teórico para as incursões que tecemos, ao longo da dissertação, advém, mormente, das ponderações de David Harvey (2006, 2014, 2015) sobre a perspectiva do “desenvolvimento geográfico desigual”. O diálogo teórico, também, está estabelecido a partir do atravessamento das ponderações dos seguintes autores: Souza (2009), Andrade e Alves (2014), Santos (1999, 1988), Cavalcanti (2012), Lefebvre (1991) e Katzman (2008). É, a partir dessa perspectiva, que estamos dimensionando, teórico-analiticamente, a questão das diferenciações sócio-espaciais e das desigualdades sócio-espaciais do entorno das escolas enfocadas, de modo a rarefazer, por exemplo, o pertencimento do aluno à escola. Na esteira de Harvey (2006, 2014, 2015), em outros termos, podemos dizer que a escala do indivíduo não é coincidente com a escala da cidade e do rural, implicando, também, uma disjunção com a escala das políticas educacionais. Do ponto de vista metodológico, produzimos mapas temáticos sobre a localização das escolas, subdividindo-as em: zona rural e zona urbana. Adotamos, ainda, tabelas, quadros e mapas com vistas a apresentar os dados referentes a: (1) infraestrutura das escolas, (2) trajetória geográfica dos alunos, pensando aí ponto de partida e ponto de chegada, (3) indicadores educacionais, com foco, também, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Esses dados serviram de base metodológica para organizarmos as considerações analíticas em três análises temáticas. O método qualitativo envolveu a geração de dados primários, tendo por base a disponibilização destes pelos órgãos públicos responsáveis pelas escolas em Araguatins, e de dados secundários, dadas as consultas em sites oficiais federais, estaduais e municipais. Esses dados foram tabulados e expostos de modo homogêneos, não abrindo possibilidade para a identificação pessoal dos atores sociais concernidos por eles. As análises mostram que as diferenciações sócio-espaciais das escolas, em suas urbanidades e ruralidades, a depender da escola enfocada, são marcadas por desigualdades sócio-espaciais, que resvalam nos indicadores educacionais. Nesse jogo de espacializações, as escalas indivíduo, urbano-rural e políticas educacionais são marcadas por fragmentações.