Produtividade e absorção de nutrientes de três cultivares de batata-doce [Ipomoea batatas (L.) Lam] selecionadas para a produção de etanol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Gonçalves, Rogério Cavalcante
Orientador(a): Dias, Luiz Eduardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agroenergia - PPGA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/2017
Resumo: O crescimento da demanda por energia tem pressionado o desenvolvimento de sistemas e tecnologias mais eficientes e a diversificação de fontes de suprimento, especialmente de energias limpas e renováveis. O Brasil é considerado um dos países que reúne as melhores condições para produção sustentável de etanol e com potencial de ser o maior produtor mundial. Com isso, além da cana de açúcar que já representa 18,2 % das fontes primárias de energia no Brasil, outras culturas que possam contribuir para a diversificação da matriz energética do país precisam ser estudadas. Entre as culturas amiláceas, a batata doce tem sido alvo de pesquisas há mais de uma década por parte de pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Fruto desses trabalhos se estruturou um programa de melhoramento genético voltado para o aumento da biomassa da batata-doce, visando à produção de etanol. Estes estudos resultaram na obtenção de cultivares com produtividades entre 32 e 65 t ha-1 nas condições do estado do Tocantins e aumentos de 10 % a 15 % nos teores de amido. Vale ressaltar que o plantio de cultivares de alta produtividade não garante a otimização da produção de etanol, bem como sua sustentabilidade, onde um importante desafio consiste na necessidade de se conhecer a exigência nutricional relacionado à eficiência de absorção e manejo da adubação. Este trabalho compreendeu a condução de um experimento na Estação Experimental da Universidade Federal do TocantinsUFT, em Palmas, onde as cultivares de batata-doce Marcela, Amanda e Duda, obtidas a partir do programa de melhoramento genético da UFT, foram avaliadas em função de diferentes doses de N, P2O5 e K2O aplicados ao solo. O experimento compreendeu 33 tratamentos, dispostos em um delineamento em blocos casualisados com quatro repetições. Aos 90 dias de cultivo foram retiradas amostras de folhas e de solo para a caracterização de teores foliares de N, P e K e da disponibilidade de nutrientes no solo. Ao final do ciclo de cultivo das cultivares, a parte aérea e raízes tuberosas das plantas foram colhidas para a caracterização da biomassa (folhas e ramas) da parte aérea, produtividade de raízes tuberosas e o teor de amido. A produtividade obtida com a testemunha absoluta (sem adubação com NPK, solo com 5 mg dm-3 de de P, 145 mg dm-3 de K) entre as três cultivares, a maior produtividade foi obtida com a Duda seguida da Amanda e Marcela. De maneira geral, ao se considerar a produtividade média obtida de cada cultivar, independente das doses de nutrientes, a cultivar Marcela foi a que apresentou maior resposta à adubação, com 57 % de aumento de produtividade (de 13,6 t ha-1 para 28,2 t ha-1), seguida da Amanda com 48 % (21,1 t ha-1 para 40,5 t ha-1) e Duda com 30 % (33 t ha-1 para 47,2 t ha-1). A maior eficiência de adubação (kg de raízes tuberosas por kg de nutriente aplicado) com nitrogênio foi obtida com a dose de 240 kg ha-1 com a cultivar Amanda, enquanto que com fósforo e potássio com a dose de 300 kg ha-1 com a cultivar Duda. A produtividade e os teores de amido nas raízes tuberosas aumentaram em função do cultivar e das doses de nitrogênio, fósforo e potássio aplicados ao solo. A cultivar Duda acumulou mais nutrientes nas folhas, porém foi a que acumulou menos nutrientes nas ramas e raízes tuberosas que as demais cultivares, no entanto, foi a que apresentou maior produtividade média. A cultivar Amanda apresentou as maiores exportações de nutrientes em suas ramas e raízes. O aumento de biomassa de raízes tuberosas resultou na tendência de decréscimo na concentração de amido, indicando um efeito de diluição. As doses recomendadas de N e P2O5 para a cultivar Amanda foram superiores àquelas recomendadas para as demais cultivares, enquanto que de K2O a maior dose recomendada foi para a cultivar Duda.