Caracterização genotípica do loci alfa globínico de pacientes com microcitose e hipocromia com ou sem anemia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: CARLOS, Aline Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/654
Resumo: Introdução: As talassemias, excluída a ferrodeficiência, são as principais causas de anemias microcíticas em todo mundo. A α-talassemia, caracterizada por alterações genéticas que afetam o cluster de genes α-globina no cromossomo 16p13.3, é uma das hemoglobinopatias mais amplamente difundidas em todo o mundo. Nas últimas décadas, diversas metodologias e abordagens para o diagnóstico dessas alterações têm sido criadas e aplicadas, como o MLPA (multiplex ligation-dependent probe amplification) que vem ganhando destaque, permitindo a detecção de deleções e duplicações genômicas, conhecidas, novas ou raras de diferentes tamanhos. Neste trabalho buscamos elucidar as bases moleculares da anemia microcítica de indivíduos que não puderam ser definidas por outros métodos tradicionais. Materiais e Métodos: Oitenta e cinco pacientes com microcitose, sem ferrodeficiência, triados para α- talassemia por meio do Multiplex-gap-PCR, foram investigados utilizando-se o MLPA. Resultados: Dos 85 pacientes analisados pelo MLPA, 32 (37,65%) apresentaram outras alterações moleculares afetando o cluster α-globínico, que não haviam sido identificadas pela PCR. Destes, 13 (15,29%) pacientes que apresentaram genótipo normal no Multiplex-gap-PCR, quando analisados pela técnica de MLPA, foram identificadas as seguintes alterações: em 10 (11,76%) foram detectados somente os polimorfismos 3B (3 pacientes), 4A (3 pacientes), 4B (1 paciente), Africano 1 (α212) (2 pacientes) e associação dos polimorfismos Africano 1 (α212) e 3B (1 paciente); em dois (2,35%) uma deleção da região reguladora HS-40 e suas sequências adjacentes e em um (1,18%) uma extensa duplicação que envolveu desde a região POLR3K-3 até HBQ1-3. Este caso resultou num alelo com 4 genes α expressos (αααα/αα), abrangendo uma região com cerca de 140 kilobases. Além destes em outros 19 (22,35%) pacientes que no Multiplex-gap-PCR haviam sido detectada a deleção 3.7, tanto em heterozigose quanto homozigose, quando analisados pela técnica de MLPA, além desta deleção foram identificados em 14 (16,47%) a associação com os polimorfismos 3A (1 paciente), 3B (1 paciente), 4A (2 pacientes), 4B (5 pacientes), Africano 1 (α212) (3 pacientes), além da combinação entre os polimorfismos 3B e 4B (1 paciente) e os polimorfismos 1B, 3B e Africano 1 (α212) (1 paciente). Nos outros cinco (5,88%) foram observadas associações com outras formas delecionais. Das quais em dois (2,35%) foram detectadas uma deleção rara, de cerca de 67 kilobases de DNA, na região reguladora do gene α (HS-40) e suas regiões adjacentes (POLR3K-3), um (1,18%) com uma extensa deleção que eliminou tanto os genes α quanto a sua região regulatória do HS-40, com aproximadamente 70 kilobases de DNA, que de acordo com tamanho e os breakpoints aproximados, esta deve-se tratar de uma nova deleção α0. E outros dois (2,35%) associados à uma nova deleção α+, que eliminou tanto o gene zeta quanto os pseudogenes α2 e α1, com aproximadamente 17.2 kilobases de DNA, que de acordo com tamanho e os breakpoints aproximados, esta deve-se tratar de uma nova deleção α+. Conclusão: A técnica MLPA nos permitiu esclarecer as bases moleculares das α-tal de pacientes com microcitose de origem obscura que não haviam sido identificadas pelo multiplex-PCR, contribuindo com a conclusão diagnóstica.