Atividade física, comportamento sedentário e excesso de peso em idosos: um estudo longitudinal
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1161 |
Resumo: | O envelhecimento humano é acompanhado de alterações biológicas, fisiológicas e comportamentais que podem contribuir para o aumento do peso corporal e do risco de morte em indivíduos com idade avançada. Assim, torna-se necessário verificar os efeitos diretos e indiretos de variáveis sociodemográficas, comportamentais e de condições de saúde sobre o índice de massa corporal (IMC) e a capacidade preditiva do excesso de peso sobre o risco de mortalidade. Trata-se de um estudo longitudinal, caracterizado como coorte prospectiva com duas ondas, constituído de idosos residentes na zona urbana de Alcobaça–BA e cadastrados na Estratégia de Saúde da Família. A coleta de dados da baseline foi realizada de julho a outubro de 2015 (n=473) e do follow-up, de janeiro a fevereiro de 2020 (n=222). Foi aplicado um questionário contendo informações sociodemográficas, comportamentais e de saúde. Além disso, realizou-se a avaliação antropométrica. Análise estatística descritiva, Qui-Quadrado de McNemar, Modelagem de Equações Estruturais e Regressão de Cox foram aplicadas, considerando-se p<0,05. Na Modelagem de equações estruturais, o modelo final apresentou boa qualidade do ajuste (x²(gl=62)=71,0; p=0,204; CFI=0,97; GFI=0,96; TLI=0,96; RMSEA=0,03). Foram constatadas associações diretas entre menor idade (p<0,001), maior renda mensal (p=0,001), maior incapacidade funcional para atividades instrumentais da vida diária (AIVD) (p=0,02) e maior número de morbidades (p<0,001) com o maior valor de IMC. Observou-se que maior escolaridade (β=0,07) e sexo masculino (β=-0,02), mediados pela maior renda mensal, associaram-se indiretamente ao maior valor total do IMC, tal como o menor tempo de AFMV (β=-0,02) e menor escolaridade (β=-0,05), mediados pela maior incapacidade funcional para AIVD. Ademais, o sexo feminino, mediado pelo maior número de morbidades (β=0,05), maior incapacidade funcional para AIVD (β=-0,02) e menor renda mensal (β=-0,02), associou-se indiretamente ao maior valor total de IMC entre os idosos. Na análise de sobrevivência ajustada, o excesso de peso foi fator de proteção para o risco de mortalidade (HR 0,54; IC 0,30– 0,97; p=0,040). Dessa forma, idosos com excesso de peso apresentaram 46,0% menor risco de mortalidade quando comparados aos que não possuíam essa condição. Os resultados desse estudo evidenciam a importância de realizar novas pesquisas por meio de métodos de avaliação da composição corporal que possibilitem a distinção entre massa gorda e massa magra. Além disso, análises comparativas a partir de estudos multicêntricos são imprescindíveis para verificar qual ponto de corte do IMC melhor prediz o excesso de peso e a mortalidade em idosos. Destaca-se a necessidade de avaliar o impacto do estado nutricional na saúde de idosos considerando faixas etárias distintas, uma vez que em idosos mais jovens, o excesso de peso parece apresentar efeito adverso à saúde, ao passo que o maior IMC em idosos longevos poderia se apresentar como um fator de proteção. Ademais, sugere-se a realização de intervenções que estimulem a melhoria do estilo de vida a partir do aumento da intensidade e duração da atividade física inclusive, aquelas atividades de intensidade leve, associado à redução do tempo de exposição ao comportamento sedentário, objetivando a diminuição dos possíveis efeitos deletérios à saúde relacionados às alterações do estado nutricional em indivíduos com idade avançada. |