Da Internet para a sala de aula: as percepções de professores em formação inicial sobre o internetês

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: BOTELHO, Daniele Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais - IELACHS::Curso de Graduação em Letras
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1106
Resumo: Ciente das transformações que a língua sofre a depender do contexto sócio-histórico e dos usos que os falantes fazem dela, e, em consonância com as influências da cultura digital contemporânea em todos os campos da ação humana, esse estudo investiga as percepções professores em processo de formação inicial sobre as práticas linguísticas dos alunos, especialmente aquelas materializadas na escrita escolar quando esta apresenta características do internetês. Tomamos por internetês a variante escrita da língua advinda das práticas sociocomunicativas em contextos digitais de comunicação, como as conversações em chats nas redes sociais digitais, cuja particularidade mostra-se em características como abreviações de palavras, supressão de letras por motivações fonéticas e fonológicas, inserção de símbolos e caracteres imagéticos, além de processos mais complexos na construção textual, como transmutações do processo de referenciação e coesão textual. Nosso objetivo geral foi investigar como futuros docentes percebem essas práticas linguísticas e suas influências na escrita escolar de seus alunos. Para alcançar tal objetivo discutimos junto à professores em formação inicial dos cursos de Licenciatura em Física e em Química se e como o internetês está presente na escola, e suas consequências na escrita escolar. E então, a partir dessas discussões, analisamos as percepções de professores em formação inicial sobre o internetês na escrita escolar. Pertinente ao campo científico de formação de professores, esta pesquisa justifica-se em necessidade acadêmica, pois, investigando as mudanças da língua na cultura digital e como o professorado percebe essas mudanças, é possível contribuir com uma transformação do pensamento docente, que considere o ensino escolar de língua em uma visão mais includente, diante das variações linguísticas advindas da cultura digital. Os participantes da pesquisa são professores em processo de formação inicial, e, suas narrativas foram colhidas em grupos focais. Analisamos os dados qualitativos vindos dos grupos focais pela perspectiva da análise temática proposta por Fontoura (2011), somada as contribuições dos olhares que integram nosso quadro teórico: Marcuschi (1997), Bagno (2011), Marcelo (2009), Possenti (1996), Prensky (2001) e outros estudiosos mais, cujo enfoque teórico vai ao encontro da premissa de língua como prática social. Adicionalmente à análise de dados por tematização, contamos com o uso do software IRaMuTeQ, um software de análise textual de corpus linguísticos. A partir da análise das narrativas dos professores em formação, foi possível perceber que entre os participantes da pesquisa, há, tanto aqueles que percebem o internetês na sala de aula em uma perspectiva negativa, como também há aqueles que o tem como um dialeto vindo da internet com influências positivas no ambiente escolar. Consideramos que, para ampliar as discussões sobre o tema, é preciso incentivar a produção acadêmica sobre o internetês associado à educação, conferindo-lhe relevância científica, bem como investir nos espaços de formação de professores a fim de formar docentes capacitados para lidar pedagogicamente com o fenômeno linguístico intrínseco à cultura digital que chegou às escolas.