Análise dos eventos adversos à doação de sangue e condutas de enfermagem adotadas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Karla Fabiana Nunes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Atenção à Saúde das Populações
BR
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/165
Resumo: Na doação de sangue, apesar de todos os cuidados dispensados, alguns doadores podem, ocasionalmente, apresentar algum tipo de manifestação adversa ou efeitos desagradáveis à coleta de sangue. Este estudo epidemiológico, retrospectivo e com abordagem quantitativa dos dados, objetivou analisar a ocorrência dos eventos adversos relacionados à doação de sangue e a atuação da equipe de enfermagem em um Hemocentro Regional, no Estado de Minas Gerais. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Hemominas sob o Parecer nº 322. Foram analisadas 1369 fichas de doação e de atendimentos de reação adversa. O instrumento de coleta de dados abordou aspectos sociodemográficos, clínicos, epidemiológicos, específicos do processo de doação de sangue, manifestações clínicas e condutas de enfermagem adotadas. Para processamento e análise dos dados, utilizou-se o software Statistical Package for the Social Sciences. As variáveis qualitativas foram analisadas segundo estatística descritiva, enquanto que, para as variáveis quantitativas, utilizou-se as medidas de centralidade e dispersão. Empregou-se o Coeficiente de Cramér (V) na verificação da associação entre os tipos de eventos adversos e as variáveis sociodemográficas, clínicas e específicas do processo de doação; bem como, na verificação da associação entre os eventos adversos e as condutas de enfermagem. A taxa de incidência de eventos adversos foi de 3%. A média do peso corporal dos doadores que apresentaram reação adversa foi 71 kg; os níveis pressóricos foram considerados normais, e a média do pulso foi de 76.7 bpm. Quanto ao hematócrito, 42.2% apresentaram valor de referência entre 41 e 45%, e 57.6% exibiram hemoglobina entre 12.6 e 15.0g/dL. Houve predomínio de eventos adversos em doadores com história prévia de doações (50.4%), e com tempo médio de espera de 50.5 minutos; 7.2% relataram estarem em jejum alimentar e 9.3% mencionaram já ter apresentado algum tipo de reação adversa. O volume de sangue coletado variou entre 450 ± 45 ml (69.3%), e o tempo de doação foi menor que sete minutos (79.7%). A reação leve foi o tipo mais frequente (92.6%), sendo que a maioria (85.9%) ocorreu ainda dentro da sala de coleta. As manifestações clínicas mais recorrentes foram mal-estar (51.3%), tontura (42.7%), palidez cutânea (28.2%) e sudorese (27.8%). Não houve associação significativa entre os tipos de eventos adversos e as variáveis sociodemográficas, clínicas e específicas do processo de doação. As condutas de enfermagem adotadas foram: o posicionamento em Trendelemburg (96.2%); a aferição dos dados vitais (95.7%); a oferta da hidratação oral (82.5%); e as orientações após a doação (59.1%). Notou-se associação estatisticamente significativa (p<0.05) entre os tipos de eventos adversos e as condutas de enfermagem: hidratação intravenosa; solicitação da avaliação médica; oferta de hidratação oral; posicionamento em Trendelemburg; elevação dos membros inferiores; administração de medicamentos; aferição dos sinais vitais; realização da glicemia capilar; e contato com familiar. Este estudo contribuiu para reafirmar a importância do papel da enfermagem perante a ocorrência dos eventos adversos à doação de sangue. Espera-se que, assim, possa subsidiar o desenvolvimento de estudos prospectivos com essa população tendo em vista a finalidade de avaliar os fatores de risco e projetar novas estratégias que reduzam adversidades na doação de sangue.