Assistência às pessoas com doenças crônicas: vivências de enfermeiros/enfermeiras da atenção primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: KOMORI, Nakita Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1845
Resumo: No Brasil, com o objetivo de promover a integração sistêmica das ações e serviços de saúde para a população, foram instituídas, em 2010, a Rede de Atenção à Saúde (RAS). Atualmente, no Brasil, as doenças crônicas representam a maioria das causas de morte e essas doenças geram uma elevada carga de morbidades associadas, resultando em um aumento no número de internações e uma queda na qualidade de vida. Com isso, instituiu-se a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas (RASPDC), com intuíto de haver um atendimento contínuo para essas pessoas. Considerando a significativa transição epidemiológica, em que as principais causas de morte são decorrentes de doenças crônicas, evidenciam-se lacunas na produção científica sobre as RASPDC sob a perspectiva dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família (ESF). Diante disso, este estudo teve por objetivo analisar a assistência à saúde para pessoas com doenças crônicas, na perspectiva de enfermeiros/enfermeiras, da ESF. Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em um município do Triângulo Mineiro, com 22 enfermeiros/enfermeiras. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, guiadas por um roteiro validado, gravados em áudio e transcritos na íntegra. As perguntas buscaram identificar os Incidentes Críticos, utilizando essa técnica para coleta de dados primários. A análise de dados foi baseada na análise de conteúdo. O projeto foi desenvolvido assegurando-se os preceitos da Resolução 510/2016 sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Das entrevistas, emergiram 29 situações, das quais 16 (55,2%) tiveram referências negativas e 13 (44,8%) positivas; 274 comportamentos, sendo 199 (72,6%) positivos e 75 (27,4%) negativos; além de 93 consequências, das quais 69 (74,2%) foram positivas e 24 (25,8%) negativas. Destaca-se que as referências positivas indicam aspectos que facilitam a comunicação em saúde e as negativas, aqueles que dificultam. Foram considerados facilitadores os achados referentes a situações, comportamentos e consequências que facilitam a assistência às pessoas com doenças crônicas, sendo mais frequentes no que diz respeito às relações de vínculo e confiança entre os profissionais de saúde e essas pessoas, a necessidade do apoio dos pontos de atenção da RASPDC, da equipe de saúde e dos familiares para alcançar o sucesso na assistência. OS resultados referentes a situações negativas dificultaram a assistência às pessoas com doenças crônicas, devido à falta de conhecimento das pessoas sobre o cuidado com essas doenças; dificuldade em realizar, seguir ou aderir ao tratamento; fragilidade na comunicação entre os envolvidos na assistência e obstáculos na assistência em diferentes pontos da RASPDC. A partir dos comportamentos positivos revelados, destaca-se que os enfermeiros da ESF transcendem o atendimento técnico e processual em seu trabalho. Eles valorizam e buscam promover o empoderamento de pessoas com doenças crônicas para que possam cuidar das mesmas e alcançar maior autonomia, o que pode ter um impacto positivo na melhoria da qualidade de vida e da condição de saúde dessas pessoas.