Implementação da política nacional de humanização: olhar dos gerentes da Atenção Primária à Saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SOARES, Helga Marizia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/257
Resumo: Criada no ano de 2003 para colaborar com a reorganização do atendimento à saúde no Brasil, a Política Nacional de Humanização prevê a incorporação de conceitos novos ou já preexistentes às práticas tradicionais em saúde, muitos até então não inseridos nas rotinas dos serviços. A ampliação na compreensão do conceito de humanização, advinda dessa Política, também propiciou o debate acerca dos modelos vigentes de atenção e gestão na saúde e instigou a produção científica a respeito do assunto. Esta pesquisa teve como objetivo geral compreender e descrever o contexto da implantação/implementação da Política Nacional de Humanização, na atenção primária à saúde, sob a ótica dos gerentes das Unidades de Saúde. Trata-se de um estudo quantiqualitativo, transversal, exploratório e desenvolvido sob a forma de Estudo de Caso simples. Foi realizado nas Unidades de Atenção Primária à Saúde do município de Uberaba, Minas Gerais, Brasil, com a participação de 18 gerentes de Unidades. Os dados foram coletados no período de junho a julho de 2013, por meio da aplicação de dois questionários: o primeiro contendo a identificação sociodemográfica e profissional dos gerentes das Unidades e perguntas abertas a respeito do seu conhecimento sobre a Política Nacional de Humanização, e o outro contendo questões fechadas relacionadas aos oito objetivos e/ou dispositivos associados e indicadores potenciais em cada uma das dimensões da Política. As informações sobre a identificação sociodemográfica e profissional dos participantes, assim como os dados sobre a existência e implementação dos dispositivos e indicadores da Política nas Unidades, foram submetidos à análise estatística descritiva, a partir de frequências absolutas e percentuais. As respostas às questões abertas foram submetidas à técnica de análise de conteúdo e, posteriormente, codificadas com o auxílio do software Atlas.ti. Os resultados evidenciaram que 55,56% dos gerentes eram do sexo feminino, tinham idade média de 43,7 anos, e 66,67% eram casados. Em relação à formação acadêmica, 44,44% eram dentistas, 16,67%, enfermeiros, 16,67%, formados em outros cursos da área da saúde, 16,67%, da área de humanas e 5,55% não tinham formação acadêmica no ensino superior. Quanto à experiência profissional anterior, 44,44% já haviam trabalhado em empresas particulares e em outro cargo municipal; e o tempo de atuação no cargo atual de gerente da Unidade teve média de dois anos e nove meses. Em relação ao conhecimento sobre a Política Nacional de Humanização, observou-se déficit no conhecimento apresentado pelos gerentes das Unidades. Como fatores dificultadores da implementação da Política destacaram-se: falta de informação e de envolvimento dos usuários, sobrecarga dos trabalhadores em saúde e perfil profissional; e como facilitadores: sistema resolutivo de escuta dos usuários, participação dos trabalhadores na gestão do trabalho, vínculo entre profissional e trabalhador e perfil profissional. Quando questionados sobre a existência dos dispositivos da Política nas Unidades Básicas de Saúde, a maioria referiu tê-los implementado na sua Unidade, de forma estruturada ou mesmo informal. Os resultados deste estudo possibilitaram concluir que, embora haja incompreensão conceitual e percepções imprecisas sobre o tema, perceberam-se várias iniciativas da Política Nacional de Humanização já implantadas e com graus diferentes de implementação.