Transição e fatores associados ao nível de atividade física combinado com comportamento sedentário em idosos: estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Lilane Maria Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/908
Resumo: A atividade física e o comportamento sedentário são temas emergentes na saúde pública, dado seus impactos sobre a morbimortalidade, no cenário de aumento do contingente de idosos, especialmente em países em desenvolvimento. Este estudo objetivou verificar a transição e fatores relacionados ao nível de atividade física, combinado com comportamento sedentário (AF e CS) entre idosos da comunidade, seguidos por 24 meses, bem como identificar o poder preditivo do AF e CS para o risco de óbito entre os idosos. Caracterizou-se como uma pesquisa longitudinal, observacional e analítica, composta por idosos residentes na área urbana do município de Uberaba – MG. Os dados foram coletados em forma de entrevista e aplicação de testes físicos nos anos de 2014 e 2016. Foram dimensionadas informações sociodemográficas, econômicas e de saúde: declínio cognitivo, autopercepção de saúde, morbidades autorreferidas, hospitalização, quedas, capacidade funcional, desempenho físico, nível de atividade física, comportamento sedentário e mortalidade. Utilizaram-se os instrumentos Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional Multidimensional (BOMFAQ), Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Índice de Katz, Escala de Lawton e Brody, Short Physical Performance Battery (SPPB) e Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão longa para idosos. Em relação à avaliação combinada, considerou-se o ponto de corte de 150 minutos/sem para atividade física e o percentil 75 (420 min/dia) para o comportamento sedentário, sendo constituídos os seguintes grupos: Insatisfatório (somatório insuficiente de AF e CS), Intermediário (com prejuízo de apenas um dos dois componentes) e Satisfatório (somatório suficiente de AF e CS). Para análise de dados foi utilizada estatística descritiva (frequências absolutas e percentuais, média e desvio padrão); e inferencial (Quiquadrado, regressão logística multinomial e regressão de Cox), por meio do programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 21.0, acatando o nível de significância p<0,05. Dos 710 idosos, 374 completaram o seguimento. No momento basal a maior parte era do sexo feminino (247 - 66,0%), na faixa etária entre 60 e 69 anos (184 - 49,2%), com 1 a 4 anos de escolaridade (197 - 52,7%), ausência de companheiro (203 - 54,3%), renda de até um salário mínimo (176 - 47,1%), arranjo de moradia acompanhado (293 - 78,3%) e exercício de alguma atividade profissional (270 - 72,2%). Quanto à caracterização da saúde, prevaleceu percepção negativa da saúde (213 - 57,0%); presença de 5 ou mais morbidades (219 - 58,6%); sem histórico de hospitalização (311 - 83,2%) e quedas (284 - 75,9%) nos últimos 12 meses; independência para ABVD (366 - 97,9%); dependência para AIVD (203 - 54,3%) e bom desempenho físico de membros inferiores (159 - 42,5%). Quanto à evolução do AF e CS, houve maior proporção de idosos na faixa etária de 80 anos ou mais, sem exercício de atividade profissional, com percepção negativa da saúde, dependentes para AIVD, e com baixo desempenho físico nos grupos Insatisfatório e Intermediário, em comparação com o grupo Satisfatório. Quando observado o seguimento, 61(16,3%) dos idosos melhoraram sua condição de AF e CS, 226 (60,4%) mantiveram-se na mesma categoria e 87 (23,3%) pioraram. Após regressão logística, níveis insatisfatórios de AF e CS relacionaram-se à maior faixaetária (p=0,031), ausência de atividade profissional (p<0,001), dependência para AIVD (p=0,013) e pior desempenho físico (p<0,001). Entre os idosos que foram a óbito durante o seguimento, prevaleceu a condição AF e CS Insatisfatório (12 - 23,1%) em comparação com a categoria Satisfatório (16 - 6,0%) (p<0,001). Na análise bruta, a condição Insatisfatória foi preditora para o risco de óbito (p<0,001). Entretanto, na análise ajustada não houve tal associação, mantendo-se como preditoras as variáveis faixa etária (p=0,002), atividade profissional (p=0,003), ABVD (p=0,033) e AIVD (p=0,033). Mais pesquisas são basilares para aprofundar o entendimento da interação da AF e CS para a saúde dos idosos, os quais apresentam peculiaridades, e requerem, portanto, estratégias de intervenção específicas.