Religiosidade/espiritualidade em casamentos de longa duração

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: GOULART, Suzel Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/805
Resumo: A conjugalidade de longa duração tem recebido cada vez mais destaque na literatura científica em termos das motivações para a manutenção do laço conjugal e das estratégias desenvolvidas pelos cônjuges ao longo do tempo. Questões relacionadas à religiosidade/espiritualidade (R/E) estão presentes e apontam que maiores níveis de R/E parecem diminuir a possiblidade de divórcio e facilitar o funcionamento marital. Contudo, existe a necessidade de ampliar o estudo sobre a R/E em casamentos longevos, bem como compreender as associações entre a satisfação conjugal, o bem-estar espiritual, o bem-estar subjetivo e o coping religioso-espiritual nesse grupo. Esta Dissertação está dividida em três estudos. No Estudo 1, foi realizada uma revisão integrativa de literatura científica acerca dos casamentos longevos nas bases/bibliotecas LILACS, PePSIC, SciELO e PsycINFO, de janeiro de 2009 a junho de 2017. Foram recuperados 22 artigos empíricos, nove deles brasileiros. A literatura apontou que os casamentos longevos promovem apreciação na qualidade de vida, conferida pelo elevado nível de satisfação conjugal, repercutindo na saúde física e emocional dos cônjuges. As relações sexuais e o amor são considerados dimensões essenciais para manutenção do matrimônio e sua ausência é motivo de conflito conjugal. Os antagonismos tendem a abrandar com o tempo, sendo importante criar estratégias saudáveis de enfrentamento. O Estudo 2, de caráter qualitativo, teve como objetivo investigar como a R/E é percebida e experienciada por casais de longa duração. Foram entrevistados 32 casais unidos havia, no mínimo, 30 anos, totalizando 96 entrevistas realizadas entre 2011 e 2015 em cidades do interior dos Estados de Minas Gerais e São Paulo. Observou-se que a R/E contribuiu para a durabilidade do casamento, uma vez que esteve relacionada diretamente com a sua manutenção durante os anos, sendo fortemente mencionada tanto como explicação para o enlace como evocada em momentos de crises e de busca de ressignificação do relacionamento. O Estudo 3, de caráter quantitativo, teve por objetivo avaliar as associações entre as medidas da satisfação conjugal, bem-estar espiritual, bem-estar subjetivo e coping religioso-espiritual em casais de longa duração. A amostra foi composta por 111 pessoas casadas, havia, no mínimo, 15 anos. Os instrumentos empregados foram Escala de Satisfação Conjugal-GRIMS, Escala de Bem-Estar Espiritual, Escala de Satisfação de Vida, Escala de Afetos Positivos e Negativos-PANAS C-8, Escala de Coping Religioso-Espiritual e Questionário Sociodemográfico. Foram realizadas análises descritivas e calculadas correlações entre as medidas das variáveis contínuas dos fatores dos instrumentos pelo coeficiente de Spearman. As dimensões da R/E (Coping religioso-espiritual e Bem-estar Espiritual) estiveram associadas ao Bem-estar Subjetivo. A Satisfação Conjugal correlacionou-se positivamente com Bem-estar Subjetivo e R/E, evidenciando que pessoas com maior R/E tendem a estar mais satisfeitas no casamento. Dessa maneira, a R/E pode ajudar a manter o casamento longevo, contribuindo para a qualidade nesse relacionamento. Como conclusão geral, a R/E emergiu nos relacionamentos longevos como possibilidade de atribuição de sentido à experiência conjugal e à duração do casamento. Recomenda-se novos estudos na área abordando especificamente a dimensão da satisfação conjugal na conjugalidade de longa duração.